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Dilma tenta, mas não consegue visitar Lula na prisão, na sede da PF em Curitiba

Impedida pela Justiça de visitar Lula na cadeia, a ex-presidente Dilma Rousseff reclamou da situação dizendo não haver justificativa para o petista estar isolado ou em regime especial de prisão. Lula cumpre pena em uma cela especial no último andar da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde 7 de abril.

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“Infelizmente não houve autorização [da visita] por parte da juíza que faz a execução penal da sentença. É uma situação bastante estranha”, afirmou ela, lembrando que mesmo na época da ditadura militar havia visitação aos presos. “Fiquei três anos presa e e na época eu podia receber visitas de parentes, amigos e advogados”, lembrou.

Em decisão tomada nesta segunda-feira (23), a juíza Carolina Moura Lebbos, da 12.ª Vara Federal de Curitiba proibiu a visita de amigos e aliados ao ex-presidente Lula, indeferindo vários requerimentos apresentados nos último dias. Ela alegou que havia um excesso de pedidos de visitas e que isso poderia “prejudicar as medidas necessárias à garantia do direito de visitação dos demais presos”.

“Prisão política”

Em conversa com integrantes da vigília por Lula após a tentativa de visita, Dilma disse que a prisão de Lula é política por haver a intenção de tirá-lo do jogo político. “A etapa do golpe que estamos vivendo é essa, que prende o Lula para evitar que ele seja candidato à Presidência”, declarou.

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A ex-presidente reclamou do que chamou de “obsessão da mídia” ao ser questionada sobre a possibilidade de Lula não poder sair candidato. “Quando eu sofri o impeachment diziam para mim ‘renúncia presidente, porque é mais digno’. Não, digno é lutar. A mesma coisa com o Lula. Por que plano B? Você teria plano B se considerasse em algum momento o Lula culpado. Nós o consideramos inocente. Porque querem que nós, as mãos que o apoiam, o retiremos do pleito”, indagou.

Plano A

Dilma disse achar muito grave o que ela classificou como moeda de troca: a desistência da candidatura de Lula em substituição ao seu julgamento. “É um absurdo, como é pouco ético como proposta e como discussão em qualquer instância que seja, seja nas superiores ou nas médias, porque o povo não aceitaria uma proposta dessas.” E voltou a reafirmar, ao ser indagada novamente: “o meu plano A se chama Lula”

Se tivesse conseguido encontrar Lula, Dilma disse que teria dado um abraço e que “conversaria com ele sobre o assunto que ele mais gosta: o Brasil é o povo brasileiro”. Sobre se continuará tentando visitar o ex-presidente, afirmou “todos os santos dias e todas as horas”.

 

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