Venda de fogão à lenha aumenta com o inverno

O antigo fogão à lenha, objeto indispensável nas casas de nossos avós, está atraindo cada vez mais adeptos. Os motivos são vários, desde a alta do preço do gás de cozinha – o botijão de 13kg aumentou 63,3% desde o início do ano está custando cerca de R$ 27,00 – até a chegada do frio, passando pelo fato de que a comida preparada no fogão à lenha fica muito mais saborosa, garantem os “experts em culinária. Por outro lado, o investimento pode ser muito mais alto, caso a pessoa tenha que comprar a madeira. É que um saco de 20 quilos da lenha bracatinga, vendido por R$ 5,00, dura apenas de um a dois dias. Ou seja, provocaria um gasto entre R$ 75,00 e R$ 150 por mês.

“Do ponto de vista econômico, só vale a pena usar o fogão à lenha se a pessoa produzir a matéria-prima. Caso contrário, não fica tão mais barato do que o gás”, analisa o gerente de uma rede de lojas de Curitiba, que não quis se identificar. Segundo ele, são vendidas cerca de 25 unidades do fogão à lenha por mês. “Quem compra geralmente é a classe média ou a média baixa, que nem sempre tem o fogão à gás. Uma das vantagens é que o fogão à lenha serve também como aquecedor.”

O gerente da loja Ponto Frio localizada no centro da cidade, Sérgio Luiz Manfron, também garante que as vendas aumentam com a chegada do frio. “É um produto que vendemos bem o ano inteiro, mas no inverno a procura é maior”, comenta. Segundo ele, o perfil do consumidor é das classes C e D, que mora geralmente em bairro. Outro público, conta ele, são proprietários de casas de campo. “Entre 70% e 80% possuem o fogão tradicional”, diz.

Adepto do fogão à lenha, Manfron não poupa elogios ao produto. “O alimento fica mais saboroso, a economia é maior em relação ao gás e além de tudo, aquece o ambiente”, enumera. Em relação ao preço, o fogão à lenha número 2 – tamanho intermediário – custa cerca de R$ 220,00. Já o preço do fogão à gás pode variar de R$ 165,00 (modelo quatro bocas simples, sem acendimento automático) até R$ 3.890,00 (modelo italiano com seis bocas e a mais alta tecnologia).

“Não troco”

A dona-de-casa Eugênia Borba, 67 anos, conta que não troca o seu velho fogão à lenha por nada, nem mesmo por um modelo à gás de última geração. Todo dia, por volta das 10h, ela acende as lenhas para preparar o almoço. “Faço carne assada na chapa, bife, arroz. Tudo fica uma delícia”, garante. Outra vantagem, segundo ela, é que “a comida fica sempre quentinha.” Já o fogão à gás, Eugênia utiliza apenas para fazer a janta. Um botijão dura até três meses em sua casa.

Já a dona-de-casa Jurema Dirce Ferreira, 44 anos, que também tem o antigo fogão em casa, confessa não gostar muito e ainda recorre ao tradicional modelo à gás para preparar os empadões, bolos e bolachas que vende informalmente. “Dá muito trabalho buscar lenha, cortar. E também nunca experimentei fazer um assado nele”, confessa. Em compensação, o gasto com botijão é alto – são quase duas unidades por mês.

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