PROTEÇÃO

Sobram vacinas contra o HPV em unidades de saúde de todo o Paraná

Importante para prevenir o câncer no colo do útero nas meninas e de garganta, boca e órgãos genitais, em ambos os sexos, as vacinas contra o HPV – o papiloma vírus humano, estão sobrando em unidades de saúde de todo o Paraná. No interior do Estado, alguns lotes que têm vencimento datado para o fim de agosto correm o risco de irem para o lixo, se as doses não forem aplicadas. Um recurso que custa cerca de R$ 300 reais por dose em clínicas particulares, desperdiçado pela população.

Em Curitiba, a situação é um pouco melhor. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), os dois lotes disponíveis na cidade, que totalizam 8 mil doses, têm validade até os primeiros meses de 2018. São 1.200 vacinas válidas até 9 de fevereiro do próximo ano e mais 6.800 que vencem no dia 10 de março. Na cidade, conforme a SMS, entre 1º de janeiro e 10 de agosto de 2017, 27.060 pessoas foram vacinadas contra HPV.

Esta situação se repete em todo o Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 467 mil doses disponíveis em todo país devem vencer até o fim de 2017. Mas isto só acontece, segundo com autoridades de saúde, porque tem sido baixa a adesão do principal público-alvo das campanhas de vacinação contra o vírus, que são as meninas com idade entre 9 e 14 anos e os meninos de 11 a 14. No entanto, segundo os agentes de saúde, a vacinação deve ser estimulada pelos pais de crianças e adolescentes, por ser uma maneira eficaz e segura de protegê-los contra estes tipos de câncer, ao longo da vida.

Segura e eficaz

Em 2014, a hospitalização de 11 meninas de Bertioga (SP), que apresentaram supostos efeitos colaterais após a vacinação contra o HPV, deixou muitos pais preocupados. As autoridades alegaram que os sintomas eram apenas efeitos psicológicos e não foram provocados pela imunização.

João Luis Crivellaro fala sobre as vacinas. Foto: Giuliano Gomes.
João Luis Crivellaro fala sobre as vacinas. Foto: Giuliano Gomes.

De acordo com o chefe do Centro Estadual de Epidemiologia da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), João Luís Crivellaro, a vacina tem baixos índices de reação. “Esta é uma vacina segura, com baixos eventos adversos pós-vacinação. É uma vacina extremamente eficaz e com resposta imunológica muito boa. E como ela tem um custo alto, a gente não pode perder esta oportunidade”, explica.

Segundo Crivellaro, preocupações com uma possível estimulação da sexualidade precoce também devem ser descartadas pelos pais, já que no organismo, a vacina age apenas para criar proteção contra o vírus HPV. “Com relação à questão da sexualidade, o que a gente quer de fato é que essa vacina tenha um impacto na prevenção, lá no futuro. A sexualidade está de acordo com cada faixa etária, com cada momento e com a maturidade das pessoas”, reforça.

SAIBA MAIS

Protege contra:
– Verrugas e lesões na pele e nas mucosas, que podem evoluir para câncer de colo de útero, boca, garganta ou órgãos genitais.

Quem deve se vacinar?
– Meninas de 9 a 14 anos
– Meninos entre 11 e 14 anos
– Portadores de HIV e AIDS (entre 9 e 26 anos)
– Pacientes que passaram por transplantes de órgãos sólidos

Esquema
– São duas doses com intervalo de seis meses entre elas
– Pessoas com AIDS, HIV e transplantados recebem três doses