No litoral

Guarda municipal deixa compromisso em segundo plano pra salvar dupla de afogamento

Um guarda municipal de Paranaguá que estava no local e momento certos não se preocupou em abandonar um compromisso importante para salvar duas vidas. Ele estava na orla de Matinhos, no litoral do Paraná, quando viu um homem e uma menina de 13 anos se afogando, na tarde desta segunda-feira (5). Sem pensar duas vezes, mesmo sabendo que talvez perderia uma audiência no fórum da cidade, tirou a roupa, entrou no mar e conseguiu resgatar a dupla.

“Eu tinha uma audiência marcada para 17h, mas cheguei uma hora e meia antes. Como não tinha muito que fazer, fui passar o tempo na orla de Matinhos. Comecei a olhar a paisagem, nisso uma vendedora de água de coco chegou pedindo ajuda dizendo que tinha uma menina se afogando”, disse Olimar Silva Pinheiro, de 41 anos.

Sem sequer cogitar a possibilidade de não ajudar, o GM correu para o mar. “Tirei a roupa, o sapato e entrei no mar. Quando me aproximei, a menina já estava meio roxa e o rapaz não aguentava mais lutar contra a água, que puxava os dois para o fundo. Eles já estavam quase desistindo”.

Olimar segurou a menina e pediu ajuda, fazendo com que ela não desistisse. “Pedi pra Deus me dar força, porque até eu, que tenho preparação, temi não conseguir. Ela estava consciente, mas já meio grogue. Conseguimos sair do mar, nós três, e só aí eu me dei conta de tudo o que aconteceu”, lembrou o guarda, emocionado.

Segundo o GM, a menina começou a se afogar sozinha e o homem, que é de Foz do Iguaçu, tentou entrar para ajuda-la, mas também foi puxado pela água. “Ele teve um papel importante nesse resgate, porque embora tenha sido puxado, também ajudou que ela não desistisse”.

Ao saírem da água, os dois, a jovem – moradora de Paisandu, no interior do Paraná – e o homem, foram encaminhados ao Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Matinhos. “Ele estava em um estado mais grave, porque engoliu muita água. Ela já estava numa situação melhor, mas ainda bem que não foi nada tão grave”.

Ainda deu tempo!

Depois de salvar os dois, o guarda municipal lembrou que tinha a audiência marcada, mas aí se deu conta de que estava molhado e temeu que o juiz não aceitasse. “Mas ele aceitou fazer a audiência do jeito que eu estava, o que me emocionou ainda mais. Eu não sou um bombeiro, mas trabalho com segurança e acredito que temos que proteger a todos”.

Para Olimar, embora tenha se arriscado, ele não fez nada mais do que minha obrigação para honrar seus quase seis anos de carreira na GM. “Foi gratificante depois, quando a mãe me abraçou e me agradeceu. Todo mundo me aplaudiu e eu me emocionei ainda mais. Tudo fez sentido, eu estar ali mais cedo para a audiência, e eu ganhei o dia”.