O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste domingo (17) que não está considerando demitir o promotor especial Robert Mueller. O debate sobre a possível demissão começou a vir à tona após advogados da equipe de transição de governo de Trump acusarem Mueller de obter de forma ilegal centenas de e-mails do time de transição.
O presidente retornou à Casa Branca neste domingo depois de sua estadia em Camp David. Quando questionado se pensa em demitir Mueller, responsável pela investigação sobre as possíveis interferências da Rússia na eleição norte-americana, ele respondeu, sem dar mais detalhes: “Não, não estou”.
Mesmo assim, Trump criticou a notícia de que Mueller teria conseguido acesso de forma ilegal aos e-mails de sua equipe. Um porta-voz de Mueller negou qualquer tipo de irregularidade.
Mueller obteve acesso a centenas de e-mails enviados e recebidos pela equipe de Trump na época da transição de governos, após o republicano ter vencido as eleições, antes de tomar posse. Mesmo assim, ainda é incerto o quão importantes estes documentos serão para a investigação de Mueller.
Segundo fontes, os e-mails são de 13 funcionários da equipe de transição de Trump, com discussões sobre segurança nacional e avaliações sobre possíveis candidatos para postos importantes no governo americano.
Os investigadores tiveram acesso ao material através de uma agência federal americana e não pediram primeiramente à equipe de transição, chamada de Trump for America.
Entre os funcionários envolvidos está o ex-assessor de Segurança Nacional de Trump, Michael Flynn, que se declarou culpado ao FBI por ter mentido sobre seus contatos com autoridades russas. Trump demitiu Flynn em fevereiro.
Em acordo de delação premiada, Flynn afirmou que foi orientado pelo comando da equipe de transição a discutir com o embaixador russo nos EUA as sanções impostas ao país pelo ex-presidente Barack Obama em resposta à interferência de Moscou nas eleições de 2016.