A empresária Thaylline Veronese fazia as contas da Mercearia Viana, da qual a família é proprietária – literalmente – na 
ponta do lápis. Sem intimidade nenhuma com a informática, Thaylline tinha uma enorme dificuldade em usar programas de computador. E em função disso, fazia o gerenciamento das contas da Viana, na mão mesmo. Mas desde que foi convidada para participar do projeto Empreender da Tribuna, a empresária teve que se reciclar. “Eu e meu marido nos inscrevemos num curso, para aprendermos a mexer nos programas”, comemora.
A orientação faz parte da série de melhorias que a Mercearia Viana recebeu das três consultoras da FAE, que fizeram mentoria para as duas empresas participantes da websérie Na Ponta do Lápis. Além da Viana, a Paleteria também fez parte do projeto.
Além de usar programas de gerenciamento, a empresária fez uma série de mudanças sob o comando das professoras Vera Robles, que orientou a parte financeira, Edna Cicmanec, no marketing e Cibele Bastos, no RH. “A gente sempre acha que sabe tudo porque a empresa está indo bem. Até descobrir que pode ir melhor ainda”, acredita Thaylline.
Além da implementação do programa de gerenciamento, a Viana passou por outras transformações. No mercado curitibano há mais de 100 anos – comemora 111 em abril – a Mercearia passou por uma verdadeira reciclagem. Do antigo endereço da loja, na Cruz Machado, a Viana foi para uma casa nova, com mais espaço, distante apenas um quarteirão da antiga. “Depois de 15 anos, finalmente mudamos para um local maior, para melhor atender nossos clientes”, comemora a empresária. Com mais espaço, os funcionários têm menos stress pra trabalhar..
Mix de produtos
O mix de produtos da Viana é bastante variado. Na panificação, ao todo, são 89 tipos de pães assados numa fábrica que trabalha 24 horas por dia e consome três toneladas de farinha de trigo por semana. Entre os destaques estão a broa, que é servida como acompanhamento para a carne de onça do Bar do Alemão, e o pão caseiro, receita de família. “É o produto que tem sabor de minha infância. O fermento de batata é o mesmo usado pela minha avó. O fermento descansa de um dia para o outro e o pão pesa mais de um quilo”, conta. O local serve ainda salgados, doces e produtos de mercearia.
“Só usamos ingredientes frescos, sem conservantes. E tem pão quente o tempo todo”, explica. Para se ter uma ideia do volume e velocidade da produção, o pão francês sai quentinho a cada 20 minutos – vendem-se oito mil por dia. Do caseirão e da broa integral, são seis fornadas diárias. As filas costumam dobrar o quarteirão em horários de pico. Thaylline acredita que com a mudança, o movimento deve dobrar.
Mais mudanças
Como foi para uma casa nova, a Viana pode trabalhar melhor o espaço no novo endereço. Além de um balcão que pode ser visto da rua e aonde os pães são expostos já precificados, o local irá receber um painel ilustrativo, assim como está em fase de confecção embalagens, sacolas, guardanapos e papelaria com a logomarca da loja. “Em todos esses anos não fizemos isso. Como estratégia de marketing vai ser muito importante os clientes carregando a nossa logomarca pelas ruas”, destaca Taylline.
Produtos sem conservantes
A Mercearia Viana tem tradição em pães, broas e frios. O grande diferencial é que todos os produtos produzidos lá são sem conservantes. São bolos, tortas, suco natural de laranja e pierogi de vários sabores, entre outros. Apesar da fila, o cliente não precisa se preocupar, pois o atendimento é rápido.
Além dos produtos de panificação, na Viana também tem vários tipos de frios, como queijos, salames, presuntos, peito de peru e linguiças artesanais. Outro destaque é o preço do pão, mais em conta do que as panificadoras concorrentes do centro.
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