Pequena aprendiz

Grife lança coleção com croquis de menina de oito anos

Danielle e Natália Gogolla. A menina já dá os primeiros passos criando modelos para a grife da mãe (Foto: Raquel Tannuri Santana).

Ela tem apenas oito anos, mas já tá pitacos nos negócios da família. A pequena Natália Gogolla não só desenha alguns modelos para a grife da mãe, Danielle, como já pensa em ser a principal estilista da Amollite, marca de roupas da família. “Ela adora opinar se as vitrines estão bem arrumadas também”, orgulha-se Danielle.

Analista de TI, Danielle Gogolla passou mais de 20 atuando no mercado de informática. Paralelo ao trabalho, ela levava, nos últimos tempos, outra paixão, e criou a Amollite, empresa que na época era especialista em bordados personalizados. “A Amollite é uma ideia antiga de empreender. Comecei com os bordados, foi ótimo, mas senti que ainda não era isso”, diz.

Os desenhos da menina servem de inspiração para a mãe (Foto: Raquel Tannuri Santana).
Os desenhos da menina servem de inspiração para a mãe (Foto: Raquel Tannuri Santana).

O nome, escolhido com cautela, refere-se à ammolite, a pedra preciosa mais rara existente no mundo. Uma gema orgânica, produto da fossilização das conchas dos amonites, criaturas pré-históricas extintas há milhões de anos. O nome da pedra ganhou um L a mais, trazendo exclusividade e destacando a importância de as clientes serem raras.

Aos poucos, a paixão, levada em paralelo, foi tomando lugar da ocupação principal, o que fez Danielle deixar uma carreira consolidada em um dos maiores grupos educacionais do país e investir naquilo que realmente fazia os seus olhos brilharem. Há seis meses, a empresária dedica-se exclusivamente à Amollite, cujo perfil de negócio mudou. Hoje, além de revender algumas das principais marcas de vestuário, a empresa está iniciando o seu maior desafio: desenhar e confeccionar os próprios modelos.

“Sempre quis empreender, desde o tempo da escola. Eu era a menina que vendia pulserinha e dava aula para os colegas pra ganhar um dinheirinho. Optei por TI porque achava legal, gostei e fui muito feliz fazendo isso. Mas sempre quis ter a minha loja e minha marca de roupas, então trilhei todo esse caminho até chegar a este momento e vi que era a hora”, conta a empresária, entusiasmada.

Da vitrine aos modelos, Natália já dá os seus pitacos (Foto: Raquel Tannuri Santana).
Da vitrine aos modelos, Natália já dá os seus pitacos (Foto: Raquel Tannuri Santana).

As vendas da Amollite começaram pela internet, mas como a aceitação foi positiva, Danielle partiu para a loja física. Para poder atender cada vez melhor, a empresária apostou em um curso de consultoria de imagem e estilo, que a capacita a fazer consultorias e exercer a função de personal stylist, podendo ser mais assertiva na orientação às suas clientes.

Com foco em expandir os negócios, a Amollite possui hoje oito modelos exclusivos, criados por Natália, que também se arrisca a fazer alguns croquis. Como a veia empreendedora não para por aí, Danielle também está desenhando a coleção masculina da Amollite, que além de página na internet e e-commerce, possui uma revista digital, enviada às clientes cadastradas para que conheçam as novidades da marca. Os primeiros modelos confeccionados, com o intuito de identificar o que as clientes gostam, foram escolhidos com base em uma votação feita pela internet num clube de empreendedoras do facebook.

Empreender em meio à crise e trocar o que era certo pelo até então duvidoso, trouxe um novo ânimo à empresária. “Para empreender precisamos ter o apoio da família, porque largar tudo para apostar em algo tão arriscado não é uma decisão que se toma sozinho. A minha sorte é que meu marido, que também é meu sócio, sempre acreditou em mim e sempre compartilhou comigo o desejo de empreender”, conta a empresária que diz, convicta: “Este desafio está sendo um dos melhores momentos da minha vida. Trabalho duas vezes mais, mas sempre com vontade de fazer mais e melhor”.