Vigília petista

Prisão de Lula e acampamento de manifestantes no entorno da PF completam um mês

Acampamento pró-Lula "Marisa Letícia". Foto: Atila Alberti

A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva completou um mês nesta segunda-feira (7) e ele segue detido na Superintendência da Polícia Federal (PF), no bairro Santa Cândida, em Curitiba, condenado a 12 anos e um mês de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, em São Paulo.

Após sua chegada a Curitiba, militantes e apoiadores do petista montaram um acampamento no entorno da PF, lugar onde o grupo permaneceu e pernoitou, durante dez dias. Atualmente, somente a vigília é feita no local. Por decisão da Justiça, o acampamento foi transferido para um terreno no mesmo bairro, a cerca de 15 minutos a pé da Polícia Federal. De acordo com os organizadores do movimento “Lula Livre”, que reúne cerca de 300 pessoas, não há data para que eles deixem Curitiba.

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“Foi um mês de muita resistência e luta, e vamos ficar até a saída do ex-presidente. Tivemos alguns acordos e vivemos em negociação com a Secretaria de Segurança Pública do Paraná. Permanecemos com o acampamento e seguimos lutando”, enfatizou Regina Cruz, presidente da Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT-PR).

Acordo

Durante esses trinta dias de acampamento, manifestações e até atentado a tiros, algumas mudanças surgiram. Entre elas, a transferência do acampamento da região da sede da Polícia Federal, no dia 17 de abril, para outro local.

O acordo entre a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), Prefeitura de Curitiba, Ministério Público do Paraná (MP-PR) e representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Partido dos Trabalhadores (PT) acertou a saída do acampamento das ruas mais próximas da PF e retirou a multa aplicada pela Justiça aos manifestantes.

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Ao longo deste período, diversos moradores do bairro reclamaram da presença do grupo. Mesmo com a transferência do acampamento, centenas de militantes permanecem no entorno da PF ao longo do dia. E por causa das reclamações, algumas regras foram impostas.

Nos arredores da PF, depois da mudança do acampamento, foram mantidas apenas quatro tendas institucionais para dar suporte aos atos públicos, que podem acontecer das 8h às 21h, no entanto, o barulho e uso de caixas de som só é permitido até as 19h30.

Sem data pra sair

“Vamos continuar com a nossa vigília e respeitando as famílias que moram ali. Isso é importante e temos diálogo, para que não haja conflito. Para que seja uma relação saudável e tranquilo. A vigília continua, já que não tem tempo determinado. Vamos continuar até que o Lula seja solto. Todos os dias damos bom dia, boa tarde e boa noite ao presidente. Permanecemos com essas 300 pessoas em Curitiba e haverão outros atos em todos os lugares do Brasil” contou Celso Medeiros Barbosa, membro da coordenação estadual do Movimento Sem Terra (MST).

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Mesmo com o acordo, moradores do bairro Santa Cândida organizaram atos nas últimas semanas em frente à Prefeitura de Curitiba, no Centro Cívico, para protestar contra a presença de manifestantes pró-Lula nos arredores da Polícia Federal.

Descontentes, eles também exigiram que a prefeitura cobre da Justiça o cumprimento da decisão que proíbe acampamentos na região da PF. Na ocasião, alguns deles distribuíram coxinhas aos pedestres com o argumento que o salgado era “pago com o dinheiro deles e não do governo”.

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