Muita água!

Por que choveu tanto em Curitiba neste mês de janeiro? Entenda!

Foto: Aniele Nascimento

As chuvas não deram trégua em janeiro em Curitiba, com apenas cinco dias sem precipitações. O acumulado do mês, que até a madrugada desta terça-feira (30) marcou 303 mm, segundo o Instituto Simepar, chegou perto do recorde histórico do primeiro mês do ano: em janeiro de 2010, foram 361,4 mm.

As chuvas de janeiro de 2018 também ultrapassaram a média histórica do mês, de 170 mm, e o volume total do ano passado, quando choveram 198,6 mm. Houve apenas sete dias sem chuva em janeiro de 2017. De acordo com o Simepar, o dia mais chuvoso foi a penúltima sexta-feira (19), com 100 mm, quando diversos alagamentos foram registrados na capital.

O principal fator de tanta chuva foi o ingresso de umidade e calor oriundos da Amazônia. Esse movimento é comum em janeiro, mas costumava ficar restrito à Região Sudeste do país. “Neste ano, o circuito se deslocou mais para o Sul. Não é uma regra, mas pode acontecer. De qualquer forma, foi essa a causa das chuvas, nos primeiros dias do mês e também agora”, afirma o meteorologista Samuel Braun, do Simepar.

Com tanta água, a Defesa Civil de Curitiba registrou 18 ocorrências de alagamentos, oito de deslizamentos, seis de destelhamentos, 15 de quedas de árvores. Foram necessárias 110 vistorias em edificações e imóveis para avaliar riscos estruturais. Só no 19, o dia mais chuvoso do mês, a Defesa Civil atendeu nove pontos de acúmulo de água nos bairros Portão, Hauer, Bairro Alto, Atuba, Cajuru, Uberaba e Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Houve, ainda, o destelhamento de uma fábrica de roupas no Batel.

Fevereiro

Para fevereiro, a tendência dos primeiros dias é de diminuição das chuvas. Segundo previsão do Simepar, a água começa a dar uma trégua já a partir desta terça-feira (30), com pancadas menos intensas. “A partir de quarta-feira (31), haverá uma sequência de dias de menor possibilidade de chuva. O sol vai aparecer com mais força e predominar por mais tempo”, indica Samuel Braun.

Segundo o meteorologista, esse ingresso de ar úmido oriundo da Amazônia ficará concentrado no Sudeste do país, possivelmente ao longo de todo mês de fevereiro. “Nós vamos ver notícias de chuva intensa no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, no Espírito Santo. Há inclusive tendência de deslizamentos de terra por lá. Vai chover mais por lá e menos por aqui a partir de fevereiro”.

A média histórica de chuvas do segundo mês do ano em Curitiba é de 150 mm.

Chuva promete dar uma trégua a partir desta terça-feira em Curitiba