Não foi acidente!

Polícia acredita que dono de pensão matou esposa antes de atear fogo no imóvel

Foto: Átila Alberti.

O incêndio que tomou conta de um casarão na esquina das avenidas Marechal Floriano Peixoto com Iguaçu, no Rebouças, na segunda-feira (4) da semana passada, não foi um acidente. O local funcionava como uma pensão e, para a polícia, quem ateou fogo no prédio foi o dono do imóvel, que foi encontrado morto durante o rescaldo dos bombeiros. A esposa do homem foi encontrada em outro cômodo, dias depois, e estava com as mãos e as pernas amarradas.

“Começamos a investigar logo depois que o corpo do homem foi encontrado pelos bombeiros, ainda no dia do incêndio. Conversando com alguns moradores, ficou claro que a vítima era o dono do estabelecimento, porque ele tinha pedido para retirarem seus pertences, porque ele daria um fim na pensão”, explicou o delegado Cássio Conceição, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

O incêndio foi registrado durante a tarde e complicou o trânsito na região do Rebouças. O fogo, de grandes proporções, mobilizou várias equipes dos bombeiros e também policiais militares e agentes da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), que bloqueou algumas ruas e desviou o trajeto de linhas de ônibus.

Segundo a polícia, o corpo da mulher foi encontrado dias depois, no sábado (9), junto aos escombros do que sobrou da pensão. “Foi encontrada amarrada, então, acreditamos que ele primeiro a matou e depois ateou fogo na pensão. O incêndio em si foi premeditado, porque existiam armadilhas nos cômodos”, completou o delegado.

Conforme o que os policiais apuraram, o dono da pensão colocou garrafas com combustível penduradas por todo o imóvel. “A intenção era fazer que o fogo disseminasse. Os moradores disseram que ele já estava num estado de insanidade mental bem avançada, o que pode ter sido ainda um agravante”.

Os investigadores descobriram que o homem tinha filhos e que essas crianças foram colocadas num táxi e encaminhadas ao Conselho Tutelar. “Lá, as crianças mesmo disseram que o pai tinha ficado com a mulher. Então, acreditamos que ele pensou em tudo isso. Soubemos que ele bebia muito, brigava bastante com a mulher e queria acabar logo com a vida, o que vai de encontro com o que os conhecidos disseram, que ele estava bem estranho há algum tempo”.

As investigações estão, praticamente, finalizadas e a polícia só espera a identificação das duas vítimas. O corpo da mulher deve ser identificado através das digitais e a identificação do homem deve ser feita através da arcada dentária ou pelo DNA, pela forma em que o corpo ficou.