revolta

Moradores fecham Brigadeiro Franco, no Parolin, após chuvas do final de semana

Moradores do Parolin protestam após ter casas alagadas pela chuva do final de semana. Foto: Marco Charneski
Moradores do Parolin protestam após ter casas alagadas pela chuva do final de semana. Foto: Marco Charneski

Moradores do bairro Parolin fecharam a principal via do bairro, a Avenida Brigadeiro Franco, na noite desta segunda-feira (5). O protesto ocorreu devido às condições que bairro ficou após as chuvas de sábado (3), quando vários pontos do local ficaram inundados. Os moradores colocaram fogo em pneus, além de móveis e objetos atingidos pela água, em quatro diferentes pontos da avenida, entre as ruas Professor Porthos Velozo e João Parolin. Ainda na manhã desta terça-feira havia resquícios do protesto na avenida e a retirada acabou complicando o trânsito no local.

Segundo os moradores, com o volume de água que caiu no final de semana, muitas casas ficaram quase totalmente embaixo d’água. Alguns relatam que a água chegou a subir até a altura do peito, cerca de 1,5 metro.

Para Gabriel Zacarias de Souza, morador da comunidade, a noite vivida no sábado foi a pior de sua vida, e o protesto serve para mostrar o descaso do poder público com os moradores da comunidade. “Foi o pior sentimento do mundo, ver a família em cima do sofá e sua casa inundando, sem você poder fazer nada. Cada vez que acontecer isso [enchente], vai ter protesto”, destacou.

Souza entende que muitos podem ‘torcer o nariz’ para as necessidades da comunidade, mas pede paciência para quem circula pela área, principalmente os motoristas, já que a situação que os moradores vivem é precária. “Sei que é chato, estressante para quem está no transito,  mas eu tive a pior noite da minha vida. Peço que compreendam, porque protestamos por uma situação melhor para nossas vidas”.

Jacqueline com o pai, Durvalino, que se recupera de um AVC e precisou ser retirado às pressas de casa no sábado. Foto: Marco Cherneski
Jacqueline com o pai, Durvalino, que se recupera de um AVC e precisou ser retirado às pressas de casa no sábado. Foto: Marco Cherneski

Segundo Jacqueline Teodoro, também moradora do bairro, as enchentes não são novidade no bairro, que sofre com elas há tempos. Ela, que está com o pai, Durvalino Teodoro, se recuperando de um acidente vascular cerebral, precisou correr para não acabar vivendo uma tragédia familiar. Sem condições de locomoção, Teodoro precisou ficar esperando ajuda sobre a mesa, para não ser pego pela água, e foi carregado para um local seguro por vizinhos. “Com 76 anos, passar o que passou aqui, ter que sair carregado no colo. Não dá, me pleno século XXI, estar passando por isso”, desabafou emocionada.

O pai de Jacqueline cobra obras no local, para que a situação vivida pela família não volte a se repetir no futuro. “Se tivessem mexido no rio, a enchente não teria afetado tanto quanto afetou. Encheu tudo aqui, foi coisa séria, só faltou derrubar a casa”.

Agentes do 12º Batalhão da Polícia Militar, responsável pela segurança na área, acompanham o protesto. Segundo informações da PM, alguns moradores mostram agressividade contra os policiais, mas nenhuma ação violenta foi registrada até o momento.

Colaboração de Marco Charneski.

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