Alguma pista?

Maria foi ‘passada’ de uma família para outra e desconhece a própria idade

Já imaginou não saber sequer sua idade ao certo? E não ter nem ao menos uma informação sobre quem seriam seus pais biológicos? Pode parecer roteiro de novela, mas essa é apenas uma parte da história de Maria do Carmo de Oliveira, que busca respostas para essas e muitas outras questões desde a infância. Com o sonho de conhecer a sua família, ela foi até a Praça Santos Andrade na última segunda-feira (26) para participar do quadro Desaparecidos, da RPC, que é acompanhado e divulgado pela Tribuna.

Quando era muito pequena, Maria foi doada para uma família de Telêmaco Borba, nos Campos Gerais do Paraná. “Acontece que essa família me doou pra outra família, que doou para outra e eu só fiquei na casa da terceira família”, disse a mulher.

Neta de sete anos cobra muito que Maria encontre os bisavós.
Neta de sete anos cobra muito que Maria encontre os bisavós.

Desde então, isso é a única coisa que Maria do Carmo sabe sobre sua origem. Da cidade dos Campos Gerais, ela veio para Curitiba. “Quando eu já era adolescente, a família que tinha ficado comigo foi para Rondônia e eu passei a morar sozinha, trabalhar e ter minha independência”.

Sobre seus pais biológicos, a única coisa que Maria do Carmo sabe são seus nomes. “Guardo na lembrança desde sempre. Meu pai se chama José Maurício de Oliveira e a minha mãe Cecília de Oliveira. Mas eu não faço sequer ideia se estão vivos e onde eles poderiam estar”. Desde pequena, ela sabe que tem três irmãos: João Maria de Oliveira, Rosildo de Oliveira e Reinaldo de Oliveira, mas nunca os conheceu.

Casamento

Vivendo na capital do Paraná, a mulher começou a namorar e quando foi casar, veio a complicação. “Eu não sabia minha idade. O pessoal do cartório, na hora de oficializar, olhou pra mim e disse ‘você parece ter 25 anos’, mas eu nunca soube quantos anos tenho”, contou a Maria do Carmo.

A família foi constituída e Maria fez a sua vida seguir em frente. “Mas eu nunca esqueci ou desisti de procurar os meus familiares. E agora, com minha neta, de 7 anos, a busca se tornou ainda mais incansável, porque ela me cobra sempre”, contou. Maria do Carmo mora em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Caso alguém tenha pista dos familiares, o telefone para contato é o (41) 9848-6966.