Negociação salarial

Greve de ônibus continua nos próximos dias; audiência no TRT encerra sem acordo entre as partes

Com pouco mais de cinco horas de duração, encerrou às 19h30 desta sexta-feira (17) a audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Paraná, para definir os rumos da negociação salarial entre motoristas e cobradores e empresas de ônibus. Não houve avanço na negociação e a greve continua pelo menos até terça-feira (21), quando nova audiência de conciliação deve ocorrer no TRT, às 14h30. Caso não haja acordo entre as partes, a questão salarial será decidida pela Justiça. Na manhã deste sábado, Curitiba tinha 37% da frota em circulação.

Nenhuma das partes cedeu na negociação durante a audiência. Os motoristas e cobradores, representados pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) querem 15% de aumento salarial, além do aumento do vale de R$ 500 para R$ 977. Já as empresas do transporte coletivo, representadas pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), querem dar a reposição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o que representa 5,43% de aumento, tanto para os salários, quanto para o vale refeição.

Tarifa

Há pouco mais de um mês, a tarifa de ônibus em Curitiba foi reajustada em 15% e passou a valer R$ 4,25%. Para explicar o porquê não é possível repassar 15% de aumento salarial a motoristas e cobradores, o Setransp explicou que as empresas continuam recebendo o mesmo valor de tarifa técnica de antes do aumento, ou seja, R$ 3,66. Estes 15% a mais que estão sendo arrecadados com o aumento da passagem estão sendo embolsados pela prefeitura/Urbs.

Frota mínima

Na audiência, a desembargadora Marlene Suguimatsu não acatou o pedido do Sindimoc, de redução da frota mínima. Sendo assim, até terça-feira, a frota permanece reduzida em Curitiba e região metropolitana, rodando com 40% dos ônibus nos horários normais e 50% nos horários de pico (5h às 9h e 17h às 20h).

A desembargadora ainda manteve a multa de R$ 100 mil por hora ao Sindimoc, caso a determinação de frota mínima não seja respeitada.

Nova audiência

O Setransp afirmou que, ao longo deste fim de semana, irá realizar reuniões com os empresários, para estudar se farão ou não nova proposta. Já o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, afirmou em entrevista coletiva na frente do TRT, ao fim da audiência desta sexta-feira (17), que também irá chamar a categoria para conversar e definir o que será levado à mesa de negociação terça-feira. Ele disse que é bem provável que haja redução na proposta de 15%.