Bolso vazio

Funcionários da Cohab reclamam de salários atrasados há quase 10 dias

Por conta do atraso, o sindicato que representa a categoria acionou a Cohab na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE). Foto: Divulgação/Cohab

Os funcionários da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) estão há nove dias sem receber salário. Desde o ano passado, os vencimentos estão sempre sendo pagos com atraso. Mas esta é a primeira vez que a demora se alonga por tantos dias. O sindicato que representa a categoria acionou a Cohab na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), nesta quinta-feira (5).

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A Cohab alegou na reunião que depende de repasses da prefeitura e não há prazo para isto. Ou seja, os trabalhadores ainda não sabem quando serão pagos. Um funcionário da empresa, que pediu para não ser identificado, diz que a situação de muita gente está difícil lá dentro. Muitos já estão usando os limites da conta bancárias, já tentaram mudar as datas de vencimentos dos boletos, mas já não conseguem mais “empurrar” os pagamentos adiante.

“Antes, atrasava dois, no máximo três dias. Mas vinha o salário. Desta vez, não tem nem previsão. A diretoria não toma nenhuma atitude, não fala nada. Estivemos com o prefeito hoje, entregando casas populares no (bairro) Cachoeira. Mas parece que o prefeito nem está sabendo deste atraso. Pelo acordo coletivo de trabalho, deveríamos ter recebido na semana passada, dia 28”, explica o colaborador.

Negociação

O Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização do Estado do Paraná (Sindiurbano), que representa os funcionários da Cohab, solicitou uma mesa redonda com a companhia, na SRTE. Conforme Valdir Mestriner, presidente do SindiUrbano, a Cohab alega que depende de repasse da prefeitura para poder fechar a folha de pagamento. E as partes saíram do SRTE sem nenhuma garantia de quando o valor será depositado, apenas com a possibilidade, segundo Valter, que “pode ser” que saia amanhã (sexta-feira – 06).

Valter explica que, no tempo que era a própria Cohab que geria os financiamentos das casas populares, ela também geria suas próprias finanças e tinha recursos próprios para sua folha de pagamento. Depois que os financiamentos das moradias populares foram repassados à Caixa Econômica, a companhia depende dos repasses da prefeitura para fechar a folha de pagamento.

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Como o SindiUrbano absorveu os trabalhadores da Cohab há pouco tempo – desde o último dia 13 de março – Valter ainda não sabe informar qual é o valor da folha de pagamento da Cohab que, hoje em dia, é formada por cerca de 250 funcionários, entre engenheiros, arquitetos, assistentes sociais e agentes administrativos. Valter diz que o Sindiurbano pode até tentar interceder junto à prefeitura, para verificar e pressionar o repasse da verba.

“Mas a atual gestão da prefeitura não tem diálogo com o movimento sindical em geral. Disposição para negociar com a prefeitura a gente tem, mas falta esse diálogo do outro lado”, afirma o sindicalista.
“Sabemos que, se a empresa não tem dinheiro, não tem como efetuar os pagamentos. Mas se não sair, vamos analisar que medida judicial tomar”, disse Valter.

Acordo Coletivo

Segundo os funcionários e o SindiUrbano, está determinado na cláusula 5ª do Acordo Coletivo de Trabalho 2017/2018 dos trabalhadores da Cohab que o pagamento dos salários deve ser feito até o último dia útil do mês. Ou seja, em caso de sábado, domingo ou feriado, a Companhia deve depositar os salários no dia imediatamente anterior. Já que houve o feriado da Paixão de Cristo e a compensação do feriado em comemoração ao aniversário de Curitiba, o salário deveria ter caído na conta dos funcionários na quarta-feira, dia 28 de março.

Não tá atrasado

Já a Cohab alega que não está com os salários atrasados. Confira a nota oficial da companhia: “A Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) esclarece que não está com os salários atrasados, uma vez que o pagamento aos funcionários pode ser efetuado até o quinto dia útil do mês, prazo que vence nesta sexta-feira (6). Os salários serão pagos na data correta, sem descumprir o prazo estabelecido, da mesma forma que vem ocorrendo nos últimos meses.”

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