Protesto

Emoção toma conta de manifestação em homenagem a jovem morto em Pinhais

Foto: Átila Alberti.

Muito emocionados logo após a missa de 7º dia de Alex Rolim Bernardi, 22 anos, na manhã deste domingo (25) amigos e familiares fecharam o cruzamento da Avenida João Leopoldo Jacomel, em Pinhais, onde o rapaz morreu. Ele estava de motocicleta e foi atingido por um veículo que fez uma conversão em local proibido. O motorista fugiu sem prestar atendimento.

Com camisetas com a foto de Alex e vários cartazes – a maior parte deles pedindo por justiça – os amigos e a família do jovem fecharam o cruzamento com a Rua Saara, por volta das 11h. Gritos de justiça e os barulhos dos motores das motocicletas foram a forma que eles encontraram pra chamar a atenção e expressar toda a dor e revolta com o que aconteceu com Alex.

Foto: Átila Alberti.
Foto: Átila Alberti.

Segundo o pai do rapaz, o pedreiro Amélio Bernardi, 54 anos, o filho voltava do trabalho na tarde do último domingo (18), quando um carro que seguia no mesmo sentido que ele da via, em vez de pegar a marginal para acessar o sentido contrário, fez a conversão em uma área proibida, acertando a moto de Alex. O motorista não parou, mas o pára-choque do carro, com a placa, ficou no local.

Amélio contou que, duas horas após o acidente, o veículo recebeu alerta de furto. A proprietária informou à polícia que estava em uma balada de Piraquara quando teve o carro levado. O pai de Alex não acredita na história. “O carro estava intacto. Não teve vidro quebrado, nem som levado, nem ligação direta. Tiveram duas horas pra esconder e planejar esse furto. Se não foi a dona, acho que ela está encobrindo alguém”, comentou.

Pai de Alex (de branco) coloca uma cruz no local da tragédia. Foto: Átila Alberti.
Pai de Alex (de branco) coloca uma cruz no local da tragédia. Foto: Átila Alberti.

“Se o pára-choque não tivesse ficado, a gente não ia saber quem fez isso”, comentou, com os olhos cheios de lágrimas, Lucilene Rolim, mãe de Alex. “Nada vai trazer meu filho de volta, mas não quero que outra mãe passe o que estou passando”, disse. “Eu ainda estou sem chão. Não consigo trabalhar, não consigo dormir. Se pelo menos a pessoa tivesse parado e socorrido meu filho, quem sabe ele estivesse vivo”, lamentou.

A mãe de Alex estava bastante emocionada. Foto: Átila Alberti.
A mãe de Alex estava bastante emocionada. Foto: Átila Alberti.

A Delegacia de Pinhais está investigando o acidente. Alex era o segundo filho de Amélio e Lucilene. “O único filho homem”, contou o pai. Ele trabalhava como ajudante de Amélio e como motoboy.

Veja os vídeos com a homenagem a Alex: