Por um fio

Criança sofre convulsão e é salva por policiais militares

A soldado Danusa já foi notícia da Tribuna do Paraná no Dia Internacional da Mulher. Foto: Arquivo

Dois policiais militares do 20.º Batalhão tiveram um dia de trabalho completamente diferente do que estão acostumados. Nesta segunda-feira (22), ao perceber que uma mulher estava desesperada pedindo socorro para o sobrinho, Otavio Koschla Motta, de 2 anos, os soldados Danusa Nascimento e Danilo Alves não pensaram duas vezes e pararam tudo o que estavam fazendo. “Deslocamos em prioridade”, disse a policial militar.

A situação aconteceu em frente à 2.ª Companhia da Polícia Militar (CPM), na Rua Rodolfo Senff, no Jardim das Américas. “A mulher parou o carro, desceu gritando e pedindo socorro. De imediato, nós achamos que era um assalto. Nisso vimos a vó descendo do carro também, com a criança no colo, e entendemos que algo muito sério estava acontecendo”, contou a policial.

Quando perceberam que o menino estava desacordado, os policiais saíram correndo. “Perguntamos qual hospital a família costumava procurar e seguimos rápido até lá. A tia e a vó foram junto com a gente”.

A soldado, apesar de entender pouco de primeiros socorros, foi tentando controlar a situação da melhor forma que conseguiu. “Fui fazendo o que eu sabia até chegar ao hospital. O bebê estava mole, com a boca roxa e já estava branco, sem respirar. No hospital, não sei nem como consegui subir as escadas com todos os equipamentos e ele no colo”.

Atendimento médico

O menino foi socorrido por uma equipe do Hospital Menino Deus, onde um dos médicos disse à policial que o que ajudou a salvar a vida da criança foi agilidade. “O resgate rápido foi o que evitou que o menino tivesse sequelas, pois ninguém sabe como o quadro pode evoluir”, explicou Valeria Caroline Pereira Santos, pediatra e diretora clínica do hospital que recebeu o menino.

Depois de passar pelos primeiros atendimentos e ser salvo, o menino ficou internado. A tia contou à policial que a criança havia tomado remédio para diminuir a febre e que ele broncoaspirou logo que teve uma convulsão, por isso piorou. “Ele está bem, muito bem. Deve continuar internado para passar por exames necessários e ver se vai continuar tudo bem, mas se recuperou”, disse a médica.

Segundo a pediatra, o que aconteceu com a criança serve de alerta aos pais, pois é bem comum. “É importante que os pais fiquem atentos. Isso porque, quando a febre é muito alta, entre 38 e 39 graus, a criança pode ter convulsão. Então é importante sempre cuidar e procurar o médico, se necessário porque num caso de convulsão, o socorro precisa ser muito rápido”, alertou Valeria.

Otávio deve ficar internado, mas está bem. Foto: Arquivo Pessoal.
Otávio deve ficar internado, mas está bem. Foto: Arquivo Pessoal.

Papel cumprido

A soldado, que já foi notícia na Tribuna do Paraná no Dia Internacional da Mulher, disse que era difícil comentar o que sentiu ao saber que a criança estava bem. Depois que o menino receber alta, deve receber a visita dos policiais. “Às vezes a gente não entende algumas coisas, mas hoje eu sei porque Deus sempre me coloca em certos lugares”, comentou.

A tia do menino, Silvana Martta Koschla, 33, que é enfermeira, comentou que sozinha não conseguiria agir como necessário. “Estamos acostumadas a lidar com esse tipo de coisa, mas quando é com a gente, é mais difícil. Eu tinha duas opções: dirigia ou fazia os primeiros socorros. Foi por isso que tomei a decisão de pedir ajuda da PM, porque sozinha não ia conseguir. Se não fosse esse atendimento que recebemos, o Otávio poderia ter sequelas”.

Para a Silvana, que o sentimento que a família tem nesse momento é superior ao de gratidão. “É muito mais do que isso. Essa ajuda foi importantíssima e nós agradecemos não só a policial em si, mas toda a corporação que permitiu que isso acontecesse, que os dois policiais pudessem deixar tudo para nos ajudar”, disse Silvana.

Danusa comentou que o que foi feito não só por ela, mas também pelo seu companheiro de patrulhamento, foi o reforço de um compromisso antigo na PM. “Hoje realmente sei a missão da farda que visto todos os dias. São tantas ocorrências no dia-a-dia, mas essa foi especial, sensação de papel cumprido”.