Camelô eletrônico

Correios quer melar “farra” dos fretes grátis nas compras de sites chineses

Preço de entrega de encomendas fica mais caro a partir de março. Foto: Hugo Harada
Preço de entrega de encomendas fica mais caro a partir de março. Foto: Hugo Harada

Em meio a mais uma greve de funcionários, os Correios estudam a possibilidade de dificultar ainda mais – ou pelo menos encarecer – a chegada de compras feitas de sites chineses. A administração da estatal estuda uma maneira de acabar com o que chamou de gambiarra feita pelas gigantes da China que oferecem frete grátis ou preços irrisórios par ao envio de mercadorias. É o chamado “camelô eletrônico”.

Segundo o site Valor, a manobra utilizada pelas empresas estrangeiras gera perdas de 1 bilhão de dólares (cerca de R$ 3,3 bilhões) aos cofres públicos brasileiros. Diariamente chegam ao Brasil aproximadamente 300 mil objetos. Como as encomendas com valor inferior a 100 dólares (R$ 330 reais, em média) não são taxadas, é justamente nessa faixa que os importadores trabalham.

Itens de vestuário, livros, eletrônicos e pequenos utensílios domésticos estão entre os preferidos e se enquadram nessa modalidade. De acordo com a reportagem, os sites chineses contratam serviços de postagem mais baratos, classificados como “pequenas encomendas simples” e assim burlam a rotina padrão de entregas. Os produtos não recebem código de rastreio (o que representa um risco pro consumidor) e a falta de etiquetas fora dos padrões internacionais tornam demorada a fiscalização. A checagem é toda manual.

O resultado é que as encomendas vindas de terras chinesas demoram mais para chegar aos compradores no Brasil. No entanto, outros países também tem tido problema com a enxurrada de produtos vindos da China dessa forma quase clandestina. Os Correios tentam um canal aberto de diálogo para que um acordo seja firmado, mas não está descartada uma medida mais radical. A taxação na hora da retirada/entrega das mercadorias.