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Combustível acaba em parte da RMC com a greve dos caminhoneiros. Pode faltar comida

Foto: Felipe Rosa
Foto: Felipe Rosa

O terceiro dia de greve dos caminhoneiros já faz com que problemas de abastecimento comecem a ser registrados na região de Curitiba e no Paraná. Além da questão do problema da distribuição de alimentos nas Centrais de Abastecimento (Ceasa) do estado, nesta quarta-feira (23) pelo menos duas cidades da Região Metropolitana (RMC), Itaperuçu e Rio Branco do Sul, já enfrentam falta de combustível.

Conforme apurou a Tribuna do Paraná, em Itaperuçu os postos têm uma pequena quantidade de diesel, que também já está acabando. “Nossa gasolina e etanol já acabaram. A situação está complicada e a tendência é piorar, porque os moradores não vão conseguir sequer rodar dentro da cidade”, disse uma funcionária de um posto de Itaperuçu, que preferiu não ter seu nome divulgado.

Segundo a mulher, o pouco da reserva das opções de combustível que eram vendidas no posto acabaram na tarde desta terça-feira (22), depois que moradores de Rio Branco do Sul foram até a cidade para abastecer, pois lá já tinha acabado. Ela contou que o primeiro pedido de combustível, que tinha sido feito, para entrega na segunda-feira (21), sequer foi atendido. “Foi cancelado. Agora fizemos outros pedidos, mas todos sem nenhuma previsão de entrega”.

Em Rio Branco do Sul, os três postos da cidade estão zerados. Os funcionários de um posto contatado pela reportagem contaram que os moradores já começam a ficar preocupados, pois podem acabar ilhados já que a cidade é distante quase 20 quilômetros de Almirante Tamandaré. Além da RMC, também já há relatos de falta de combustível em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, e em Pontal do Paraná, no litoral do Estado.

Tensão

Em nota, o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná (Sindicombustíveis) informou que, até o momento, recebeu relatos de alguns casos isolados, apenas, na RMC. Em Curitiba ainda não há relatos de desabastecimento. Segundo o sindicato, apesar de serem contrários à política de preços da Petrobras, os bloqueios em estradas são uma atitude extrema que prejudicam toda a sociedade e que as manifestações não podem impedir o abastecimento.

À Tribuna do Paraná, o Sindicombustíveis informou que já entrou em contato com o governo estadual, com a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR) e com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na tarde desta terça, solicitando que seja garantida a segurança necessária para a passagem dos caminhoneiros que decidirem não aderir ao movimento. “Afinal, o desabastecimento de combustíveis seria um risco grande para toda a sociedade, atingindo, por exemplo, viaturas policiais e ambulâncias”, destaca.

Alimentos da Ceasa

O terceiro dia de protesto dos caminhoneiros também já afeta a Ceasa. A reportagem apurou que na unidade de Curitiba, que fica no Tatuquara, o abastecimento dos alimentos teve problemas de uma média de 50% e só não está sendo mais grave porque produtores da RMC estão conseguindo suprir um pouco a demanda. Na capital, o problema tem acontecido porque os produtores do Norte do Paraná sequer estão permitindo que os caminhões saiam para trazer os alimentos, com medo de que os veículos fiquem presos no caminho.

Além de Curitiba, outras cidades também já estão enfrentando falta de abastecimento. Em Maringá, no interior do Estado, a queda também foi de metade dos produtos, bem como em Londrina. O problema maior foi em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, onde mais da metade dos produtos não chegaram.

Protesto segue

O protesto dos caminhoneiros continua e, no Paraná, são 36 pontos de bloqueios nas estradas federais, mas não há bloqueio total, apenas quatro bloqueios parciais. Nesta quarta-feira, motoboys e motoristas de aplicativos se uniram aos caminhoneiros e seguiram em carreata até a Repar, a refinaria da Petrobras em Araucária, na RMC.

Na região de Curitiba continuam sendo três pontos de manifestações: Posto Costa Brava na BR-116 (Quatro Barras), posto Quinta na BR-277 (Campo Largo), posto Tio Zico 6 na BR-376 (São José dos Pinhais), mas em nenhuma delas o trânsito está sendo afetado. Por determinação da Justiça Federal, o bloqueio total das rodovias paranaenses está proibido, sob pena de R$ 100 mil por hora.

https://www.tribunapr.com.br/noticias/curitiba-regiao/troca-na-direcao-da-ceasa-ameaca-distribuicao-de-alimentos-em-curitiba/