Sabe aquele computador velho, ou aquela TV que você não usa mais e não sabe o que fazer com eles? Pois saiba que esse tipo de material não pode ir no lixo reciclável comum (aquele que passa na frente das nossas casas semanalmente) e precisa de uma destinação correta para não poluir o meio ambiente. Até às 17h deste sábado (21), o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (Sescap) estará com uma barraca, montada em frente à Universidade Federal do Paraná, na Praça Santos Andrade, para receber todo tipo de lixo eletroeletrônico.
Lá são aceitos computadores, TV, monitores, impressoras, celulares, telefone, faz, câmera fotográfica, aparelhos de som, teclados, mouse, enfim, todo e qualquer tipo de eletrônico que está inservível dentro de casa. E não é cobrado nada por isso. É só passar lá, deixar o lixo e pronto! Está feita a sua parte para não poluir o meio ambiente. A campanha não aceita lixo hospitalar, pilhas e lâmpadas, cujo manuseio demanda cuidados especiais.
A coleta do Sescap está sendo feita em parceria com a empresa Recicla, especialista em reciclagem de lixo eletrônico. Marlo Antônio, diretor da Recicla, explica que os eletroeletrônicos possuem componentes altamente tóxicos, como chumbo, mercúrio, cádmio e berílio, que em contato com o solo contaminam o lençol freático. Ou, quando queimados, poluem o ar, além de colocar em risco a saúde dos catadores de lixo. Por isto, a empresa especializada separa cada componente para reciclagem. E até mesmo os tóxicos pode ser reutilizados, desde que manuseados por empresas especializadas.
Carrinheiro
Ele mostra ainda que não é correto também deixar esse tipo de lixo nas calçadas, para que coletores de materiais recicláveis levem embora. “Alguns são preparados, sabem o que fazer com isto. Mas outros não sabem. Quebram o material, para retirar aquilo que lhes tem valor comercial, e o resto descartam num terreno baldio, ou outro local impróprio. E a maioria não gosta de processar eletrônicos porque o trabalho que dá em separar cada coisa, comercialmente não vale a pena o esforço. Por isso é necessário levar o lixo eletrônico a uma empresa especializada neste tipo de reciclagem”, alerta Marlo.
Ele ainda mostra que, em Curitiba, que tem a fama de capital ecológica, apenas 10% do lixo eletrônico é reciclado. Os outros 90% estão sendo lançados indevidamente no meio ambiente.
Não posso hoje! E agora?
Caso a população não possa levar o lixo na coleta que está ocorrendo hoje na Praça Santos Andrade, pode chamar a empresa Recicla, que eles fazem a coleta sem custo algum. E Marlo estimula que as pessoas façam ações conjuntas com vizinhos, condomínios, escolas, etc. para juntarem o lixo e chamarem a empresa. “Nós disponibilizamos um veículo e vamos buscar”, diz ele. O telefone da Recicla é o 3089-0232.
Segurança da (sua) informação
Você sabia que, descartar o lixo eletrônico de forma incorreta, além de poluir o meio ambiente, pode colocar a sua segurança em risco? Sim, pois nem sempre as pessoas conseguem (ou lembram) de apagar suas informações pessoais do computador, celular, tablete ou outro eletrônico antes de descarta-lo. E as informações podem parar em mãos erradas.
Por isto, explica Marlon, da empresa Recicla, é importante entregar seus eletrônicos a alguém que dê a destinação correta não só do ponto de vista ambiental, mas também do ponto de vista da informação. “Empresas sérias apagam os dados e não deixa que se perpetuem adiante”, alerta Marlo.
Como começou?
Mauro Cesar Kalinke, presidente do Sescap-PR, explica que a ação começou na cidade de Toledo, no interior do Paraná, com o Sescap recolhendo eletrônicos inservíveis nas empresas de contabilidade, para dar destino correto a eles. Logo, outras empresas que não tinham relação com o sindicato também se interessaram e o Sescap decidiu abrir a ação para o público geral.
“Foi um sucesso. Então resolvemos expandir para outras cidades. De 2011 para cá, quando iniciamos a coleta de eletrônico, já recolhemos 422 toneladas de lixo”, mostra Mauro.
Semana do Lixo Zero
A coleta de lixo eletrônico realizada pelo Sescap é a primeira de várias ações que ocorrem até o próximo dia 29, que são apoiadas ou organizadas pelo Movimento Social Curitiba Lixo Zero. Flávia Sotto Maior, representante do Movimento, explica que diversas ações serão feitas ao longo da semana, para conscientizar a população a produzir menos lixo e o poder público a tomar medidas mais enérgicas relacionadas a este assunto.
Na quarta-feira, o Movimento estará na Câmara de Vereadores de Curitiba para entregar um documento elaborado pela sociedade civil, indicando ao poder público ações que possam reduzir a produção de lixo na sociedade. Este será um dos pontos altos da Semana Lixo Zero em Curitiba e a população, conforme Flávia, está convidada a participar da sessão.