Um pouco de alegria

Artistas do Circo da China visitam crianças internadas no Hospital Erasto Gaertner

Para quem passa por um tratamento difícil na luta contra uma doença grave, minutos de distração podem ter o mesmo efeito que um presente. Foi exatamente este o objetivo de alguns dos integrantes do Circo da China, que estiveram no Hospital Erasto Gaertner, na manhã desta quarta-feira (16), com um número exclusivo para as crianças que travam diariamente essa forte luta contra o câncer.

Mudar a rotina das crianças por uma hora que seja, é essencial como um auxílio no tratamento. “Isso pra gente é muito importante. Passamos tanto tempo aqui dentro, que às vezes esquecemos de sorrir”, comentou Marcos Antônio do Amaral Lemos, pai do pequeno Matheus Leite Lemos, de dez anos, que tem leucemia.

O menino era um dos mais quietos da pequena plateia que se formou na ala infantil do hospital, mas também o mais atento. Segundo o pai, Matheus teve complicações no tratamento e precisou fazer todos os procedimentos novamente. “Agora estamos caminhando rumo à eliminação das células ruins, para depois tentarmos o transplante”, explicou Marcos.

Circo da China

A companhia é um dos circos mais importantes da China, com 66 anos de existência e já passou por mais de 60 países pelo mundo.

Em Curitiba, as apresentações da turnê A Jornada do Panda Sonhador vão ter curta temporada, a partir desta quinta-feira (17) até domingo (20), em um dos cartões-postais da cidade, a Ópera de Arame.

Os ingressos variam de R$ 80 (meia-entrada) a R$ 280 (inteira), de acordo com o setor.

A doença é agressiva, mas o que era possível ver nos olhos das crianças em tratamento é a esperança de um futuro diferente. Em nenhum momento algum deles deixou transparecer uma dor que sentiam, pelo menos naquele momento feliz. “Quero ser bailarina, dançar no teatro acompanhada de outras meninas”, contou a pequena Gabriela, 6 anos, que chegou animada para assistir a apresentação do circo.

Assim como no caso de Matheus, a menina, que luta contra a leucemia desde os dois anos, precisou voltar ao hospital porque a doença voltou. A família, que era de Maringá, no Norte do Paraná, se mudou para Curitiba para ficar mais fácil o tratamento. À reportagem da Tribuna, a mãe de Gabriela disse que, apesar de todas as dificuldades, a filha não se deixa abater.

Possível ser feliz

O que aconteceu no hospital nesta quarta-feira é o reforço de uma das primícias básicas da equipe médica do Erasto Gaertner, que busca trazer o máximo de qualidade de vida aos pacientes. “Isso mostra que é possível estar em tratamento e ter qualidade de vida. Nestes eventos, são propiciados às crianças e aos acompanhantes momentos de alegria, que apesar de curtos, têm significado imensurável. Isso os tira da rotina”, explicou Iolanda Galvão, supervisora do serviço de psicologia clínica do hospital.

A apresentação foi curta, mas para a psicóloga, muito importante. “Na maioria das vezes, nós temos que reduzir o tempo dessas atividades pela condição das crianças. Às vezes pela disposição, em outros casos pela necessidade de medicamento, mas a gente entende que é a qualidade e não a quantidade que significa”.