Acusada de nazismo, líder do Femen se diz ameaçada

A imagem de uma cruz no peito da líder brasileira do Femen – grupo de feministas nascido na Ucrânia – Sara Winter, 20, deu início a notícias e discussões em blogs com acusações de que a jovem teria pertencido a um grupo neonazista.

A jovem nega e diz que agora está sendo ameaçada nas ruas por causa dos textos.

Na tarde de anteontem, ela e outras quatro integrantes do grupo foram detidas após fazerem um protesto no Consulado da Rússia no Brasil. De topless, elas jogaram tinta na fachada.

Uma das fotos feitas durante o ato e publicadas em sites mostra a tatuagem.

Há quem diga se tratar da cruz de ferro, condecoração nazista. “Não tem nada disso, é a cruz dos cavaleiros templários da idade média”, disse Sara à Folha de S.Paulo.

Junto à cruz, há o desenho de uma cereja. “Acrescentei inclusive para deixar mais feminina”, afirmou

Após acusações feitas pelas redes sociais, Sara, que vive em São Carlos (a 232 km de São Paulo), disse ter sido prostituta e que sofreu agressões de um ex-namorado.

Questionada pela reportagem, ela confirmou as informações. “É verdade, mas não estou pronta para falar sobre isso. Foi há dois anos, logo que eu vim para São Paulo, foi uma fase ruim, uma das coisas que me fez entrar para o Femen”, disse.

Em sua página no Facebook, ela se declara admiradora de Plínio Salgado, fundador da Ação Integralista Brasileira (AIB), partido de extrema-direita inspirado no fascismo italiano.

“Quando eu tinha uns 15 anos, eu conversava muito pela internet com as pessoas [envolvidas com movimentos nazistas] e tinha algumas ideias similares às deles, mas conforme eu fui crescendo, vi que era um pensamento muito errado”, declarou.

Ela disse que apenas “curtiu” no Facebook uma menção a Salgado por achar que ele é defensor do país.

“Eu era uma menina de 15 anos, mal sabia o que estava falando. Mas jamais andei ao lado de um skinhead, de um whitepower, tudo eram conversas na internet”.

Internautas associaram inclusive o nome de guerra dela [seu sobrenome é, na verdade, Gerominho] ao de uma britânica que foi militante nazista durante a 2ª Mundial. “Foi uma triste coincidência”, disse.

Sara nem sempre foi defensora de protestos sem roupa. Ela criticou, por exemplo, a Marcha das Vadias, no ano passado.

“É claro que é muito mais divertido tornar a coisa polêmica, usar a faceta da liberdade de expressão para andar seminua nas ruas e se enxer [sic] de um “orgulho puta” (como diz um cartaz aí), daria pra fazer a mesma marcha com outro nome, com roupas e sem orgulho puta”, disse.

Na página do Femen no Facebook, ela disse que mudou de opinião. “Mudei. Evolui. Alguém acha ruim que eu tenha evoluído meus pensamentos?”

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