Um festival orgulhosamente curitibano

O Festival de Curitiba, um dos mais importantes eventos culturais da cidade, chega à 20.ª edição em 2011. Deixou de ser apenas um festival de teatro para levar ao público curitibano o que existe de melhor nas artes cênicas, na comédia e em outros espetáculos que chamam a atenção pelo curioso e inusitado. O festival virou justamente a vanguarda de tendências e o espaço ideal para estreias. Tornou-se referência nacional, um exemplo fora do eixo Rio-São Paulo e um orgulho para os curitibanos, que gostam de estar à frente de todo mundo.

Tudo começou com Leandro Knopfholz, que aos 18 anos queria transformar a vida cultural de Curitiba. Não tinha nada para fazer, na argumentação dele. Veio a ideia de montar um festival. Mas não um festival qualquer. Ele queria movimentar a cidade, com atrações simultâneas e transformar qualquer espaço em palco. Knopfholz conseguiu. A primeira edição aconteceu em 1992.

Foram mais de 2,8 mil espetáculos dentro do festival nestes 20 anos. Estima-se o evento tenha impactado 1,6 milhão de pessoas neste período. Somente na edição deste ano foram 27 peças na Mostra Oficial e 368 espetáculos no Fringe, a mostra paralela. O Festival de Curitiba atraiu 180 mil pessoas, entre espectadores e pessoas que trabalharam no evento, incluindo os artistas. “É um festival que arrisca, que aposta em estreias nacionais, no que é novo. E tenta apresentar o que ainda não passou por Rio de Janeiro e São Paulo e, daqui, faz sucesso no resto do País”, comenta Ana Hupfer, coordenadora geral do Festival de Curitiba.

Apesar do evento ter se tornado referência nacional, ele permanece curitibano na sua essência e na fidelização de seu público. Apenas 10% dos espectadores são de outras cidades. “Nós observamos que o curitibano tem orgulho do festival. Cria realmente um clima na cidade. Sentimos no ar. Todo mundo sabe que o festival está em andamento e respira isto”, conta Ana. O evento já utiliza espaços alternativos e promove espetáculos até em praças e ruas. Mas, para ir cada vez mais de encontro ao curitibano, a organização do festival tem apostado em espaços culturais nos bairros. A ideia é deixar o centro e estar presente na maior quantidade de bairros possível.

Em 2011, haverá apresentações no Centro Cultural Boqueirão, Sesc Água Verde e no Sesi Portão, entre outros locais. “No Jardim Social tem a Cia do Abração, que vai receber uma mostra infantil dentro do Fringe”, anuncia Ana.

A 20.ª edição

Para 2011, a organização do Festival de Curitiba promete surpresas. Mas ainda não pode divulgar quais serão. Nem mesmo as peças que integram a Mostra Oficial, a principal do festival. “A Mostra Oficial ainda está se definindo, mas está bem adiantado. Não temos como confirmar nada ainda”, declara a coordenadora do festiva, Ana Hupfer. Recentemente o festival fez o levantamento dos espaços cênicos de Curitiba e 200 locais podem receber espetáculos. Parte deles passou por uma vistoria da organização do evento e deve integrar o calendário de 2011. Muitos são desconhecidos da maior parte do público curitibano.

Toda a programação da 20ª edição do Festival de Curitiba será anunciada em uma entrevista coletiva, na qual também será dada a largada para a compra de ingressos, possivelmente em fevereiro. Somente um fato Ana adiantou: haverá uma mega festa na abertura do Festival de Curitiba, no dia 29 de março, data de aniversário da cidade. Em 2011, o evento terá 13 dias, com programação até 10 de abril.