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‘Não é possível que se acredite que ditadura é solução’, diz Jô Soares

O humorista Jô Soares passou de entrevistador para a função de entrevistado no Programa do Porchat da última quarta-feira, 18. Em determinado momento, a conversa fluiu para o período em que o País viveu o regime militar, entre as décadas de 1960 e 1980.

Jô contou diversas histórias a respeito da época, como a vez em que ‘driblou’ a censura e seu envolvimento com artistas como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Marília Pêra: “Quando ela estava fazendo o espetáculo Roda Viva, entraram e bateram nos atores, deram porrada nos atores. Armados, gente armada!”

“Aí fez-se uma reunião da classe para separar algumas pessoas para fazer a segurança do teatro. Pelo menos pra avisar quando chega alguém, fica vendo de longe. Me lembro que o Plínio Marcos e eu fomos escolhidos pra fazer a segurança do Teatro Oficina. Cada um pegou um pedaço de pau e ficou na rua atrás do Oficina, que tinha uma visão da porta. De repente o Plínio falou pra mim: ‘Se a gente ver pessoal do CCC [sigla para Comando de Caça aos Comunistas] chegando, de arma na mão, a gente com esse pedaço de pau, vai enfrentar’? Eu falei: ‘Eu vou correr’. Ele falou: ‘Eu vou atrás'”, relembrou.

Em seguida, disse, em tom inconformado: “Pra você ver as maluquices que você pensa quando surge uma coisa tão irracional quanto a ditadura. E hoje tem gente falando… não é possível que tem gente que acredite que a ditadura é a solução”.

“As pessoas falam que só quem fazia coisa errada que era preso, gente de bem não acontecia nada”, complementou Fábio Porchat, ao que Jô gargalhou e respondeu: “Então eu sou um filho da p***, p***!”

Ao fim do programa, Fábio despediu-se de Jô, mas garantiu que o programa desta quinta-feira, 19, contará com ele.

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