Cine Ritz fecha as portas

O Cine Ritz, um dos três cinemas da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), está oficialmente de portas fechadas. A informação veio no domingo passado por meio de uma nota oficial registrada no site da FCC (www.fccdigital.com.br).

A declaração afirmava que a partir de ontem o Cine Ritz deixava de exibir sessões de filmes na Rua XV de Novembro, 132. ?A interrupção se deve à impossibilidade de um acordo com o novo proprietário do imóvel, que exige um aluguel mensal de R$ 15 mil pelo espaço, valor que atualmente é impraticável dentro da realidade orçamentária da Fundação Cultural de Curitiba?, dizia a nota.

O espaço foi cedido pelas lojas C&A nos anos 80s. Por meio de um contrato de comodata, a Fundação tomaria conta do local até 14 de fevereiro de 2005. Já no início do ano, a Fundação entrou em contato com as lojas C&A para renová-lo, quando tomou conhecimento de que o espaço fora vendido para um empresário. A Fundação mantinha o interesse de ficar lá, mas não tinha recursos para pagar o aluguel. Por isso, o atual presidente da Fundação Cultural, Paulino Viapiana, tentou acordo com o novo proprietário, e parcerias com outras empresas para que o cinema permanecesse aberto, mas não houve um interessado em pagar os R$ 15 mil.

Em 2004, o Cine Ritz teve um prejuízo de R$ 125 mil. ?Sem contar as péssimas condições da sala, o projetor antigo, e o valor estimado para recuperar o espaço de R$ 300 mil?, contou o coordenador de imprensa da Fundação, Paulo Krauss. Situado no centro de Curitiba, o Cine Ritz era um dos poucos cinemas que sobreviveram aos shoppings, também sendo um dos poucos que abria espaço para o cinema nacional e europeu.

Espaços

A Fundação mantém a Sala Groff, na Cinemateca, e o Cine Luz, ambos com programação similar à do Cine Ritz (filmes de arte). Existe ainda uma outra sala fechada desde 2000, o Cine Guarani, no Centro Cultural do Portão. A intenção da atual gestão é reabri-lo neste ano. Segundo Krauss, a Fundação também oferece o projeto Cinema nos Bairros, que visa facilitar à população o acesso a produções de vídeo e cinema. ?Nossa idéia é levar o cinema para um bairro diferente toda semana?, afirmou. O projeto prevê a exibição gratuita de filmes nas Ruas da Cidadania e escolas, além de espaços variados como salões paroquiais e associações. No dia 5 de abril, o projeto foi testado na Vila das Torres, com exibição gratuita dos filmes Menino maluquinho e Central do Brasil para alunos da Escola Estadual Manoel Ribas. No dia 6, foi levado ao ABC das Artes, espaço que abriga uma creche municipal e um salão de eventos no Cajuru, próximo à Vila Autódromo e à Vila Oficinas. Outro projeto em andamento é o Cinema a R$ 1. Os cinemas da Fundação deverão cobrar a taxa somente aos domingos.

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