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Unidos na dor, Atlético e Coritiba lideram plano de apoio à Chapecoense

Luiz Sallim Emed espera ver a união seguir após a tragédia. Foto: Albari Rosa

A dor da tragédia aérea envolvendo a delegação da Chapecoense, na madrugada de terça-feira (29), na Colômbia, transformou o futebol brasileiro. Foi um dia em que a rivalidade foi deixada de lado e o os clubes do Brasil vestiram o verde e branco no time do Oeste catarinense. Uma prova viva de que, diante de um triste episódio que ficará marcado como a maior tragédia aérea vivida por um time de futebol, os clubes se uniram para reerguer a equipe de Santa Catarina, que virou exemplo de gestão desde 2009, quando rapidamente subiu da Série D para a elite do futebol nacional.

No âmbito estadual, Atlético e Coritiba uniram forças e assinaram uma nota oficial pedindo à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que a Chapecoense não seja rebaixada nas próximas três edições do Campeonato Brasileiro. Os dirigentes da dupla Atletiba externaram o sentimento de apoio ao time catarinense neste momento complicado e de tristeza vivido pelo clube depois deste acidente aéreo.

Alceni Guerra lamenta a perda de amigos de Pato Branco. Foto: Arquivo 
Alceni Guerra lamenta a perda de amigos de Pato Branco. Foto: Arquivo

“Nós todos somos solidários a acompanhar os demais clubes para ver o que podemos ajudar nessa tragédia. Temos ligações fortes com a Chapecoense, tinha dois jogadores nossos, o Gil e o Dener, entre as vítimas. O Caio era um grande amigo e presidente da Chapecoense, o Sandro (Pallaoro), era um amigo pessoal, família de velhos amigos em Pato Branco. Estamos todos absolutamente consternados. Vamos acompanhar os demais clubes em tudo que puder ajudar a Chapecoense”, apontou o vice-presidente do Coritiba, Alceni Guerra.

O presidente rubro-negro, Luiz Sallim Emed, reforçou o sentimento solidário ao time catarinense, mas lembrou que o pedido de não rebaixamento à Chapecoense nos próximos anos ainda depende de alguns detalhes. “O Atlético acompanha essa decisão, neste momento, diante dessa tragédia, que surpreendeu a todos. Então, a gente acompanha, mas isso tem várias implicações e nós somos favoráveis”, acrescentou o cartola.

Se esse pedido ainda depende de alguns fatores e da anuência da entidade máxima do futebol brasileiro, outra medida dos clubes solidários à Chapecoense deve ser adotada. Os times se organizam para emprestar jogadores de forma gratuita para a equipe catarinense conseguir se reerguer neste período que sucede a tragédia na Colômbia.

O time catarinense, se for declarado campeão da Copa Sul-Americana, como deseja o Atlético Nacional, seu concorrente na decisão, a Chape terá o direito de disputar a Libertadores da América do ano que vem. Assim, a ajuda desses clubes, com o empréstimo dos jogadores gratuitamente, seria fundamental para a participação da Chapecoense na competição internacional. Clubes sul-americanos também colocaram jogadores à disposição da equipe catarinense neste momento difícil que está atravessando o clube.

“Podemos emprestar um jogador com o salário pago pelo Coritiba. Esse é o momento que todo mundo pode passar. É o momento de união dos clubes, principalmente brasileiros, para ajudar a Chapecoense a se recuperar. É um time de guerreiros e que em pouco tempo criaram nome, fama, garra, dedicação e amor ao futebol”, cravou o presidente alviverde, Rogério Portugal Bacellar.

A tragédia envolvendo a delegação da Chapecoense foi capaz de colorir a Arena da Baixada de verde (cor do seu maior rival), em homenagem ao time catarinense. Rivalidade deixada de lado e capaz de mostrar a força dos clubes em prol de uma causa. Luiz Sallim Emed enalteceu a união dos times brasileiros, mas lamentou que isso ocorra somente em momentos tristes como este episódio ocorrido com a equipe de Santa Catarina.

“A gente lamenta que essa união surja principalmente ou quase exclusivamente nessas grandes tragédias. Não deveria ser assim. Deveria ser uma situação natural, situação do cotidiano, mas essa é a sociedade brasileira e mundial que costuma ter aderência de união num momento de grandes tragédias. Acho que você aprende com cada tragédia como essa. Serve com a Chapecoense, com os valores que ela deixou no seu trabalho, na sua gestão que desenvolveu. Está deixando também um legado e uma reflexão de união das pessoas dos clubes. Espero que isso continue”, finalizou o mandatário atleticano.