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Ronaldo quase jogou no Paraná Clube

Faltou pouco para que Ronaldo Luís Nazário de Lima, o Fenômeno, estreasse sua carreira profissional na Vila Capanema. Revelado pelo São Cristóvão do Rio de Janeiro, o atacante foi negociado em 1993 com o Cruzeiro, antes mesmo de completar sua maioridade penal. Antes disso, porém, o futuro maior artilheiro das Copas do Mundo deixou de ser comprado pelo Paraná Clube.

Em 1992, Ronaldo foi oferecido ao Tricolor da Vila Capanema pelo ex-jogador Jairzinho. O recém-fundado Paraná estava em constante ascensão, tinha um vasto patrimônio, um grande número de associados e chegava a ser considerado um dos clubes de futuro promissor no país.

Para ter o então “Ronaldinho” em seu elenco, bastava que o Paraná Clube, na época presidido por Darci Piana, pagasse estimados R$ 150 mil. Esse era o preço por 50% do passe do Fenômeno descoberto por Jairzinho.

Em tempos de fartura, quando nem se pensava em parcerias, diretores paranistas foram convocados para uma reunião que decidiria sobre apostar ou não na compra promissor atleta carioca.

No entanto, os diretores do Tricolor acharam arriscado investir um valor tão alto para a época. Ronaldo tinha apenas 16 anos e, se não despontasse, corria o risco de ficar menos de um ano no clube para depois ser dispensado.

Diante da negativa paranista, Jairzinho então negociou o fururo craque com o Cruzeiro, por R$ 250 mil. Da Toca da Raposa, o Fenômeno foi vendido por estimados 25 milhões de dólares para o PSV Eindhoven da Holanda, apenas dois anos depois.

A seguir, o atacante conquistou o mundo com a camisa de gigantes como Barcelona, Real Madrid, Internazionale e Milan. Mas tudo poderia ter começado na Vila Capanema.

Artilheiro deixou sua marca três vezes em campos do Paraná

Cahuê Miranda

Arquivo
Ronaldo marcou no Pinheirão.

Ronaldo viveu 15 de seus quase 18 anos de carreira na Europa. Vê-lo jogar ao vivo, no estádio, foi uma experiência rara para o torcedor brasileiro, e em especial para o paranaense.

Apenas quatro jogos no estado tiveram o Fenômeno em campo: dois pela Seleção e dois pelo Corinthians, contra o Atlético, único clube do Paraná que o craque enfrentou.

Em 26 de junho de 1999, Ronaldo foi um dos personagens do amistoso da Seleção contra a Letônia, durante as festividades de inauguração da Arena da Baixada.

Jogando ao lado de Roberto Carlos, Alex e Ronaldinho, o então artilheiro da Inter de Milão marcou o último gol da vitória brasileira por 3 x 0. Em 19 de novembro de 2003, quando já defendia o Real Madrid, o Fenômeno voltou a brilhar em Curitiba.

No Pinheirão, ele participou da última partida da Seleção no Paraná e marcou duas vezes no empate em 3 x 3 com o Uruguai, pelas eliminatórias da Copa de 2006.

Antes de partir para o futebol europeu, Ronaldo disputou apenas um Brasileirão pelo Cruzeiro, em 1993. Ano que não teve nenhum paranaense na primeira divisão. Na sua volta ao Brasil, pelo Corinthians, ele atuou em cinco partidas contra o Atlético, duas delas na Arena da Baixada, e marcou quatro gols.

No dia 29 de abril de 2009, na Arena, o Atlético venceu o time paulista por 3 x 2, pela Copa do Brasil, e o maior artilheiro da história das Copas esteve em campo por apenas 45 minutos.

Uma semana depois, em São Paulo, ele marcou os dois gols que eliminaram o Furacão, no triunfo alvinegro por 2 x 0. No mesmo ano, pelo Brasileiro, voltou a enfrentar o Rubro-Negro na capital paulista, com vitória atleticana por 3 x 1.

No ano passado, Ronaldo, de pênalti, voltou a balançar as redes atleticanas no Pacaembu, em uma contestada vitória corintiana por 2 x 1, pelo Brasileiro. No dia 8 de setembro de ,2010, o Fenômeno pisou em gramados paranaenses pela última vez, novamente na Baixada, e não conseguiu marcar em branco no empate em 1 x 1.