Erros e mais erros

Paraná Clube não esconde mais: luta é pra escapar da Terceirona

O presidente Leonardo Oliveira e o superintendente Hélcio. A dupla admite que o Paraná agora só luta para não cair. Foto: Jonathan Campos
O presidente Leonardo Oliveira e o superintendente Hélcio. A dupla admite que o Paraná agora só luta para não cair. Foto: Jonathan Campos

A aposta no técnico Roberto Fernandes para tentar tirar o Paraná da parte de baixo da classificação da Série B do Campeonato Brasileiro comprova a falta de convicção em uma ideologia de trabalho da atual gestão do clube. O novo treinador, que já comandou seu primeiro treino com o elenco ontem, no CT Ninho da Gralha, em Quatro Barras, é o sexto treinador que essa diretoria contratou em 18 meses de trabalho, ou seja, um treinador no Tricolor tem durado em média três meses apenas na “era do Bem”.

A atual gestão do Paraná, autodenominada como “Paranistas do Bem”, que assumiu o clube no final de março do ano depois da renúncia do presidente Rubens Bohlen, iniciou a disputa da Série B do ano passado com o experiente Nedo Xavier no comando da equipe. Depois de alguns insucessos, Fernando Diniz foi contratado, não conseguiu dar uma resposta positiva e o auxiliar Fernando Miguel, que faz parte da comissão permanente do Tricolor, terminou a temporada de 2015 no comando do time paranista.

Neste ano, o escolhido para iniciar a caminhada do clube, já sob o comando do presidente Leonardo Oliveira, foi Claudinei Oliveira. Apesar da boa campanha no Campeonato Paranaense, o treinador foi demitido na primeira sequência ruim do Tricolor na segunda divisão. Marcelo Martelotte, então, foi contratado para, nas palavras do mandatário, fazer uma correção de rota, mas o cenário pouco mudou e, três meses depois, o treinador acabou demitido.

“No futebol infelizmente tem disso. O trabalho em alguns momentos fica desgastado. O treinador precisa dessa motivação diária. Precisa transmitir isso para o grupo. Em uma reunião com o Marcelo (Martelotte) chegamos a conclusão que essa situação precisaria ser mudada e que o melhor para o Paraná será a mudança nesse momento e, assim, optamos pela saída dele. Conseguimos, rapidamente, buscar o Roberto e a partir deste momento vamos com o Roberto”, declarou Leonardo Oliveira, em entrevista à rádio Banda B.

Fato novo

O superintendente de futebol, Hélcio Alisk, na esteira do que disse o presidente paranista, optou pela mudança neste momento para que um fato novo fosse criado nessas onze últimas rodadas da Segundona. Porém, o cartola ressaltou que a culpa pelo momento ruim do Tricolor na Série B precisa ser dividido com os jogadores e com a diretoria.

“Trabalho a gente sabe que não faltou. Isso de maneira alguma. Por isso a gente conversou e chega o momento em que o discurso tem que ser diferente. Tem momentos que não consegue mais tirar aquilo que o grupo está precisando. É muito simplista só achar que o Marcelo não conseguiu fazer o trabalho. Não é isso, todos tem parcela de culpa. A diretoria que começou o trabalho de montagem em janeiro e os atletas também tem que dar a reposta, porque se não é simples trocar de treinador e ver o que acontece. Todos erraram e todos tentaram fazer o melhor. Só que precisa fazer algo diferente”, apontou Hélcio, em entrevista à rádio Transamérica.

Muito longe do G4 e próximo da zona de rebaixamento, o Paraná vai lutar apenas para permanecer na Série B nesta reta final de temporada. Leonardo Oliveira afirmou que nenhuma expectativa deverá ser criada a partir dessa troca no comando técnico do time paranista e garantiu que o foco está em garantir a permanência do clube na segunda divisão.

“Na última coletiva falei de vários erros desde que estamos no clube. Chegou o momento de nós aprendermos que a expectativa tem que ser um pouco baixada. Precisamos trabalhar no dia a dia, no próximo jogo. Então, a comissão técnica vem com essa expectativa, de trabalharmos no dia a dia, com os pés no chão e buscar o mais rápido possível assegurar a permanência na Série B”, concluiu o mandatário paranista.