Velhos problemas

“Fantasmas” da temporada assombram Lisca logo na estreia pelo Paraná Clube

Eduardo Brock ganhou essa. Mas no gol do Luverdense, o Paraná sofreu de novo com a bola parada. Foto: Euclides Oltramari Jr./Estadão Conteúdo

Na primeira avaliação, muito a trabalhar. Este foi o diagnóstico de Lisca, técnico do Paraná Clube, após a estreia no comando da equipe, no empate da sexta-feira com o Luverdense fora de casa. Dois pontos decisivos para a melhora do Tricolor na Série B só podem ser resolvidos com treino, e o treinador poderá fazer isso imediatamente, nos dias que antecedem a partida do próximo sábado contra o Santa Cruz, na Vila Capanema.

Logo de “cartão de visitas”, Lisca ficou doido com o gol do Luverdense. “A gente começou legal o jogo, estava com o domínio. Tomamos um gol de bola parada, precisamos dar uma corrigida urgente. Sofremos o gol, sentimos um pouco. Fica a lição de tomar gol na bola aérea defensiva, que não dá para ficar sofrendo gol assim”, comentou o técnico tricolor.

Mal sabe ele (quer dizer, agora ele já deve ter sido alertado) que a bola parada defensiva é o calcanhar de Aquiles do Paraná Clube nesta temporada. Nas duas competições em que chegou em jogos eliminatórios, o Tricolor foi eliminado por lances assim – tanto nas quartas de final do Campeonato Paranaense, para o Atlético, quanto nas oitavas de final da Copa do Brasil, para o Atlético-MG. É um drama que vem desde a bem-sucedida “era Wagner Lopes”.

E vem também deste período o outro ponto de dificuldade do Paraná. Até hoje integrantes do departamento de futebol paranista admitem que, apesar do trabalho excepcional, Wagner Lopes privilegiou mais a solidez defensiva do que a organização ofensiva. Por conta disso, os melhores momentos do ataque do Tricolor na temporada saíram mais de brilhos individuais (de Ítalo no início do ano, e depois principalmente de Renatinho e Guilherme Biteco), do que de um sistema forte.

Cristian de Souza tinha esse desafio e não conseguiu arrumar o ataque. Lisca sentiu isso na pele em Lucas do Rio Verde. “Faltou competência na última zona, na última linha. Não tivemos competência de transformar isso em gol”, resumiu o treinador. Por enquanto, o Paraná tem o oitavo pior ataque da Segundona, tendo marcado 17 gols em 16 jogos.

Claro que os homens de frente acham um pouco diferente. No seu estilo sem papas na língua, Alemão reclamou da atuação contra o Luverdense e, claro, do resultado. “Para ser sincero, pelo que foi a partida, acho que não foi um bom resultado. Vamos valorizar um ponto fora de casa, pelo campeonato, por pontuar, mas nosso time jogou praticamente o jogo inteiro com um homem a mais. Caprichar um pouquinho mais na criação para a gente poder finalizar mais e fazer mais gols”, disse, em entrevista ao SporTV.

Confira a classificação da Série B!

Tendo um jogo apenas no sábado de tarde e em casa, Lisca quer realmente colocar a casa em ordem. Arrumar o que está complicado desde o início do ano e aproveitar o que ele gostou do time para ser valorizado. Fazer tudo isso em tão pouco tempo parece difícil, mas o treinador do Paraná já deixou claro que é bem confiante. “A competição é dura, é árdua e agora temos duas partidas em casa. Agora nós temos uma semana para trabalhar. A competição está emparelhando, e vamos pensar apenas no Santa Cruz”, finalizou o técnico.