Mais um adversário

Arbitragem emperra reação do Paraná Clube, que vem tendo vontade em campo

Paraná Clube teve duplo adversário contra o Criciúma e amargou a derrota. Foto: Guilherme Hahn/Estadão Conteúdo

Pode ser sereno, como foi o técnico Cristian de Souza. “Mais uma vez uma arbitragem confusa, ele expulsa o Cristovam, dá o segundo amarelo e toma um susto quando vê que ele já tinha cartão”. Pode ser irritado, como foi o presidente Leonardo Oliveira. “Não existe erro, existe vagabundo. Nós fomos roubados. Ele roubou o Paraná. Não teve erro, falha e o árbitro não esqueceu de nada. Esses vagabundos que comandam o futebol continuam nos ferrando”. Mas não houve paranista que não reclamasse do árbitro mineiro Wanderson Alves de Souza após a derrota da sexta-feira para o Criciúma.

Por mais que o Paraná Clube tenha cometido erros, e alguns deles também tenham sido decisivos para o 2×1 aplicado pelo Tigre no Heriberto Hülse, a expulsão de Cristovam com apenas 25 minutos do primeiro tempo mudou a história do jogo. Era o momento em que o Tricolor tinha dominado os donos da casa, acertado a marcação e passado a pressionar a saída de bola adversária. E, principalmente, tinha colocado duas bolas no travessão, uma com Renatinho e outra com o próprio Cristovam.

O lateral foi o personagem do jogo. Após quase abrir o placar (os jogadores do Paraná chegaram a pedir gol no chute que explodiu no poste e bateu na linha), Cristovam foi atingido por Silvinho. O atacante do Criciúma deixou o braço e acertou o rosto do paranista. Lance forte, o cartão vermelho não seria um assombro. Wanderson Alves de Souza deu o cartão amarelo. Os visitantes reclamaram. O mais veemente foi o capitão Eduardo Brock, que usou da sua prerrogativa para falar muito com o árbitro.

Pressionado pelos catarinenses, Wanderson resolveu dar um cartão amarelo por reclamação. E deu para Cristovam, que mal tinha falado com ele – e já tinha amarelo por uma falta. Ao aplicar o cartão, o juiz se assustou, e aí deu o vermelho. Foi a vez dos tricolores irem à loucura. O lateral-direito chegou a se recusar a sair, enquanto todos os jogadores, até o goleiro Richard, cercavam “vossa senhoria”. Enfim convencido a sair, Cristovam deixou o gramado chorando.

E o Paraná ficou capenga. Pressionado até o último minuto do primeiro tempo, com Richard se virando para salvar o time, até que Douglas Moreira chutou forte, o goleiro não segurou e Lucão abriu o placar. Na volta do intervalo, Cristian de Souza tentou aumentar a marcação sem perder força ofensiva, mas acabou com a criatividade do time tirando Renatinho para colocar Jhony. O Criciúma dominou de vez o meio e, com espaço, fez o segundo, num lance que aliou a falha defensiva de Leandro Vilela e Rayan com o talento de Lucão, que fez de bicicleta.

Confira a tabela completa da Série B!

Cristian de Souza elogiou o espírito de luta do time durante o jogo, e isso realmente não faltou. Mas o Paraná sofreu – com a expulsão e depois com a falta de criatividade. E a derrota deixou o time na parte de baixo da tabela na Série B, criando a obrigação de vitória na partida do sábado (1), contra o Ceará, na Vila Capanema. O que o Tricolor espera é que no final de semana é que pelo menos possa enfrentar apenas o Vozão, sem se preocupar com o apito “inimigo”.