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Para técnico de Portugal, ‘Cristiano Ronaldo é talento, trabalho e carisma’

Fernando Santos já fez história com a seleção de Portugal uma vez ao conquistar o inédito título da Eurocopa de 2016. Depois de colocar o país no topo da Europa, sonha mais alto e faz planos para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Antes, porém, tem a Copa das Confederações no meio do caminho, no mês que vem.

Nesta quinta-feira, ele anuncia a lista de convocados e, mesmo sem depositar todas as fichas no atacante Cristiano Ronaldo, confia no craque do Real Madrid para faturar mais uma taça. Ao jornal O Estado de S.Paulo, o treinador diz também que Neymar é “um magnífico jogador” e que os “resultados desde a chegada de Tite têm sido excelentes”.

O que os torcedores podem esperar de Cristiano Ronaldo na Copa das Confederações?

O habitual: o talento do melhor jogador do mundo aliado ao trabalho, ao carisma e também à vontade de vencer todas as adversidades.

O senhor concorda com a avaliação de que o desempenho de Portugal na Copa das Confederações depende do desempenho de Cristiano Ronaldo?

O futebol é um jogo coletivo e Portugal tem a sorte de contar com o melhor jogador do mundo. Os resultados da seleção portuguesa demonstram que temos casado de forma perfeita o contributo inigualável de Ronaldo com a força coletiva. Agora, é óbvio que os melhores jogadores têm sempre grande influência nas equipes que jogam. Ronaldo é decisivo no Real Madrid, como já foi no Manchester United. Como não seria na seleção?

A campanha de Portugal na Copa das Confederações servirá como referência para a Copa do Mundo de 2018?

Não, até porque ainda estamos disputando a classificação para estarmos na Rússia. De qualquer forma, o próprio modelo de competição e as equipes que disputam a Copa do Mundo não têm nenhuma semelhança com a Copa das Confederações. São modelos competitivos completamente diferentes e que envolvem também uma preparação completamente diferente. A única semelhança entre as duas competições vai ser a nossa ambição.

Em uma entrevista recente, o senhor afirmou que Portugal “nunca vai ser dominador no futebol europeu”. Por que acredita que nem o título da Eurocopa de 2016 pode mudar essa situação?

Portugal tem 10 milhões de habitantes e compete frente a nações como Alemanha, França, Itália, Espanha ou Inglaterra, países com 80, 70, 60, 50 e 45 milhões de habitantes. Somos obrigados a fazer melhor com menos recursos humanos e financeiros. A verdade é que a nossa organização e o nosso talento podem servir de base para excelentes prestações, mas isso é diferente de ter o domínio do futebol europeu.

Cristiano Ronaldo afirmou que é mais difícil ganhar a Eurocopa do que a Liga dos Campeões. O senhor concorda?

Ele disse que é mais difícil ganhar a Euro por Portugal do que a Liga dos Campeões pelo Real Madrid. Por todas as razões que apresentei anteriormente, concordo com essa opinião. O Real Madrid é um gigante do futebol mundial de clube. Chega com alguma regularidade à final e é o clube com mais títulos europeus. Portugal chegou duas vezes na final da Eurocopa e venceu uma.

Na sua opinião, Neymar está no mesmo nível de Messi e Cristiano Ronaldo e poderá ser eleito o melhor jogador do mundo?

Já referi em anteriores entrevistas que considero Neymar um magnífico jogador, que ainda tem margem de progressão. O Cristiano Ronaldo e Messi já venceram, em conjunto, nove vezes o troféu de melhor jogador do mundo e continuam a níveis muito altos. Por isso, Neymar vai ter de continuar a trabalhar muito para um dia conseguir essa eleição.

Como o senhor avalia o atual momento da seleção brasileira, depois do 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014, as duas eliminações na Copa América e a chegada do Tite?

Com a base populacional, o talento dos jogadores, dos técnicos e a paixão que o país tem pelo futebol, o Brasil tem o mais importante para se impor novamente no panorama mundial. O Brasil é sempre favorito a ganhar qualquer competição que dispute. Aliás, os últimos resultados desde a chegada de Tite têm sido excelentes. Talvez o futebol brasileiro, como em todo o lado, não falando apenas do valor da seleção, possa sempre melhorar alguns aspectos, como, por exemplo, a formação ou a organização. O Brasil saberá encontrar a forma de continuar melhorando.

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