Dupla Atletiba fecha acordo com a Coca-Cola

Velha conhecida dos torcedores de Atlético e Coritiba por ter sua marca estampada em camisas dos anos 80 e 90, a Coca-Cola voltou a figurar na história do futebol paranaense.

Com a intenção de vincular sua marca à dupla Atletiba para a promoção da paz entre as torcidas, um contrato de patrocínio foi formalizado na manhã de ontem. Dessa vez, no entanto, a marca de refrigerante não será estampada nos uniformes da dupla Atletiba.

O contrato assinado entre os clubes e a Spaipa S/A – fabricante e distribuidora da Coca-Cola no Paraná – é válido para vinculação de publicidade e exclusividade na comercialização de produtos na Arena da Baixada, Couto Pereira, CT do Caju e CT da Graciosa.

Apesar de não haver um prazo oficial para o início da execução dos projetos, os cartolas dos clubes aproveitaram o encontro de ontem para fazer as propagandas iniciais.

Paulo Cesar Verardi, diretor de marketing do Furacão, descreveu a parceria como um “marco na história do futebol paranaense”. Vilson Ribeiro de Andrade, vice-presidente do Coxa, falou em “honra” e agradeceu as “ações estratégicas de marketing fora do eixo Rio-São Paulo”.

A comitiva dos imparciais da reunião também comemorou o acordo, similar ao que a Coca-Cola realizou no final do ano passado na capital paulista com Corinthians, São Paulo, Santos e Palmeiras. “Não é fácil reunir Atlético e Coritiba fora do campo”, ressaltou a superintendente de marketing da Spaipa, Neuri Frigotto Pereira.

Com bom-humor, para mostrar que rivais podem também ser coirmãos, os representantes dos clubes deram uma aula de como brincar com o adversário sem extrapolar os limites. Verardi alfinetou o maior concorrente ao falar do sentimento de assinar o convênio. “Estamos felizes, mas gostaria de lembrar da reta final do Paranaense. Obviamente torcendo para que o Atlético supere o grande rival aqui presente”.

Prontamente, o coxa-branca Vilson Ribeiro abriu um sorriso e descontou. “Vejo que os queridos amigos do coirmão Atlético estão felizes, assim como nós. Embora, no campo, estamos mais felizes que eles”, brincou, ressaltando a liderança alviverde na 2.ª fase do Estadual.

Coca em Joinville?

Representantes do Coritiba e da Coca-Cola afirmaram que está sendo feito contato com a representante da multinacional em Santa Catarina para verificar a possibilidade da marca também ser estampada na Arena Joinville, onde o Alviverde vai disputar dez partidas da Segundona.

Esqueceram de mim?

Questionado sobre o ‘esquecimento’ do Paraná Clube na hora de firmar o acordo de patrocínio com a dupla Atletiba, o diretor regional da Coca-Cola no sul do Brasil, Bruno Pietracci, ponderou: “Já temos uma ação com eles, em um formato diferente”.

A parceria ao qual Pietracci se refere foi iniciada há quase quatro anos e tem relação com a exclusividade na vendas de produtos da Spaipa no Estádio Durival de Britto e Silva.

Como o contrato entre o Tricolor da Vila e a Coca-Cola se encerra em setembro, a diretoria paranista acredita na possibilidade de o clube deixar de ser o ‘coadjuvante’ do Trio de Ferro na hora de receber patrocínios.

“Realmente, ainda temos contrato vigente com eles. Mas, quem sabe, podemos conversar e rever a questão na possível renovação”, disse o gerente social paranista, Luiz Carlos Casagrande.

Os valores do antigo contrato com o Paraná e dos novos envolvendo Atlético e Coritiba não foram divulgados. O período do acordo entre a dupla Atletiba e a Spaipa é de cinco anos.

Memórias da Coca no futebol brasileiro

Depois da CBF anunciar não ter condições de realizar o Brasileirão de 1987 por falta de recursos financeiros, diretores de treze clubes ,se reuniram com a missão de manter o calendário ativo no futebol nacional. Surgiu então o Clube dos 13, que teve na Coca-Cola a principal parceira da idealização da polêmica Copa União daquele ano.

Coube à marca de refrigerante estampar seu logotipo nas camisas de boa parte dos clubes participantes da competição, o que chegou a gerar controvérsias. Vicente Matheus, então diretor do Corinthians, se negou a assinar com a multinacional e afirmou: “Se esse negócio é bom para o São Paulo, não pode ser para o Corinthians”.

Outra desavença envolveu o Paulo Odone, cartola do Tricolor gaúcho e um dos principais articuladores da parceria na época. “Está escrito (no contrato) que a marca da Coca-Cola aparecerá em vermelho nas camisas dos times. Existe uma cláusula pétrea no estatuto do Grêmio que proíbe qualquer tom de vermelho na vida do clube”. Por compreensão da patrocinadora, o empecilho foi contornado e a estampa gremista foi utilizada em preto e branco.

Diante dos problemas do passado, o vice-presidente do Coxa, Vilson Ribeiro, foi questionado sobre a modificação da cor vermelha -utilizada no uniforme do Atlético – no CT da Graciosa e no Couto Pereira. “Ainda não conversamos sobre isso. Mas no passado, quando a Coca-Cola patrocinou o uniforme do Coritiba, a cor da logomarca usada por eles era preta”.

Veto

Se o Coritiba tem problemas com as cores da marca, o Atlético também terá que se ajustar. Em maio, como parte da preparação para a Copa da África, a seleção brasileira fará um “estágio” no CT do Caju.

Porém a CBF já avisou que não irá aceitar a exposição da Coca-Cola nas dependências do centro de treinamento do Furacão, pois exige exclusividade para os apoiadores da entidade, no caso de refrigerantes com a marca do Guaraná Antártica.

“Por determinação, quem terá visibilidade são as marcas patrocinadoras da CBF. Mas a exclusividade do consumo de refrigerantes (pela Coca Cola) será mantida, assim como cerveja. Embora não deva ter consumo de cerveja no CT neste período, salvo melhor juízo”, brincou Paulo César Verardi, diretor de marketing do
Atlético-PR.

Para não ter problemas de confronto de marcas e de desrespeito às exigências da CBF, o Atlético-PR previu a situação em contrato antes mesmo de assinar a nova parceria.

Segundo informações de bastidores, o clube está tomando todos os cuidados possíveis para que não perca a visita da Seleção, que vai render bons lucros pela locação do espaço.

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