Deu confiança

Foi com o coração e na vontade. Coxa empata e arranca aplausos pela luta

Iago e Bernardo entraram no segundo tempo e tiveram atuações importantes. Foto: Hugo Harada

Aplausos ao apito final. Confiança de que é possível. Apoio à luta dos jogadores. Assim terminou Coritiba 1×1 Atlético Nacional, na noite de quarta-feira (19), no Couto Pereira. Depois de um início assustador, com o campeão da Libertadores dominando amplamente a partida, o Coxa equilibrou na base do coração e da luta – não dava para ser só na bola. E Iago, o iluminado da Copa Sul-Americana, conseguiu manter o time na luta por uma vaga na semifinal. O jogo da volta acontece na próxima quarta (26), também às 21h45, no Atanasio Girardot, em Medellín.

Quando o árbitro chileno Roberto Tobar (ótimo, por sinal) iniciou a partida, parecia que um rolo compressor tinha entrado no Couto Pereira. O Nacional mostrou porque é o melhor time do continente, deixando o Coritiba completamente tonto. A bola não saía do campo defensivo alviverde, passando pelos armadores Macnelly Torres e Alejandro Guerra, este o destaque da partida. Eles lideraram um time que envolveu o Coxa, deixando os donos da casa sem ação. O gol era inevitável, e saiu na jogada de Guerra, que rolou para o artilheiro Borja abrir o placar.

Era claro que não adiantava jogar com dois marcadores. Não seria o número de volantes que faria o Coxa equilibrar o jogo. Seria a força de marcação, seria a emoção e a entrega que poderiam fazer o Alviverde buscar alguma coisa na partida. E se os colombianos ajudassem, seria ainda melhor. Foi o que Nájera fez, ao cometer duas faltas infantis em menos de dez minutos e ser expulso.

Foi como se um gol tivesse saído. A torcida vibrou e viu a esperança renascer. E o Coxa, mais no abafa do que em qualquer outra situação, foi para frente, tentando com Juan, Kazim e Leandro. Paulo César Carpegiani mexeu logo aos 32 minutos, sacando João Paulo e colocando Cesar González. Era a necessidade de controlar a partida. Mas não foi no primeiro tempo, pois as chances mais claras eram realmente do Nacional, e Borja só não marcou mais dois porque quis enfeitar.

Na etapa final, o Coritiba decidiu ir para o tudo ou nada. Empurrado pela torcida, começou a atacar. E a alteração necessária desde o início do jogo só foi acontecer depois dos dez minutos, quando Iago entrou no lugar de Edinho. Carpegiani desfazia o erro e deixava o time sem volantes. E o Coxa começou a tentar nos cruzamentos, nas bolas paradas e até na troca de passes. Os visitantes abandonaram o jogo técnico e ficaram esperando um contra-ataque.

E era possível acreditar. Na pressão, só dava Cori, sem conseguir equilibrar na parte técnica, mas com espírito de competição internacional. Iago e Bernardo (que entrou no lugar de Raphael Veiga) deram vida ao ataque, principalmente o camisa 7, que inexplicavelmente foi sacado do time na últimas  partidas. Teria que sair dele o gol da vitória. Aos 40 minutos, ele confiou no seu chute e mandou uma bomba, indefensável para Armani, que tinha feito milagres até então.

Os instantes finais foram de tensão, mas o Nacional soube cozinhar o jogo e manter o empate. Ao apito final, os aplausos deram o tom de uma atuação brava, consciente de que não era possível ser igual na bola no pé, mas que com alma era possível empatar um jogo que chegou a parecer perdido. E, mesmo que o 0x0 na quarta seja favorável ao time colombiano, o Coritiba vai a Medellín com chances de classificação.