Em queda

Em noite trágica, Coritiba perde pro Sport e Pachequinho tá sob pressão

Kléber tentou de tudo, mas sozinho não pôde fazer muita coisa. Foto: Jonathan Campos

Se os bastidores do Coritiba continuam os mesmos, até as paredes estarão falando nas próximas horas. São sete partidas sem vencer no Campeonato Brasileiro – e nesta segunda-feira (10) o Coxa teve a sua pior atuação, “coroada” com uma derrota por 3×0 para o Sport em pleno retorno do time ao Couto Pereira, após o plantio da grama de inverno. Tudo que era elogiado no início positivo da competição agora é questionado, principalmente o trabalho do técnico Pachequinho, que saiu vaiado do campo e está sob fortíssima pressão.

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Apenas dois jogadores saíram ilesos da noite trágica de segunda no Alto da Glória. Wilson, que apesar da derrota foi o melhor em campo – e responsável por evitar que um fracasso doído se transformasse em uma goleada vexatória, e Kléber, que tentou até mais do que podia, fez o papel de meia, atacante de movimentação e de centroavante, mas não teve companhia para jogar. De resto, o Cori afundou no rendimento mais baixo desde a eliminação para o ASA na Copa do Brasil. Não por coincidência, desde aquele jogo em 23 de fevereiro o time não perdia em casa.

O plano de Pachequinho em montar uma equipe mais ofensiva fez água logo no começo da partida. Antes de abrir o placar, Wilson tinha feito três defesas incríveis – uma delas foi milagrosa, na cabeçada de Everton Felipe. Com Anderson, Matheus Galdezani e Tiago Real, o Coritiba poderia ser perigoso com a bola no pé, mas mal a tinha. Marcando e jogando em velocidade, o Sport dominava a partida com facilidade, jogando em cima de Rodrigo Ramos e com os meias chegando toda hora na cara do gol.

Assim fez o primeiro gol, depois de um escanteio e de uma sequência de falhas da defesa alviverde. Com toda a zaga coxa na área, Mena estava livre e marcou. Dali até o segundo gol dos pernambucanos, os donos da casa tentaram pressionar. Mas havia uma dificuldade proverbial em criar jogadas. Não que Magrão não tenha trabalhado – em pelo menos duas vezes, uma com Matheus Galdezani no primeiro tempo, e outra com Henrique Almeida no segundo, o goleiro do Sport foi muito bem -, só que até chegar lá era preciso um esforço tremendo do Cori.

E só se a bola passasse por Kléber. Ele tinha que fazer praticamente tudo, até porque Pachequinho era obrigado a mexer no time por lesões. Tiago Real e Galdezani tiveram que ser substituídos por Tomas e Edinho. Na única troca por opção, Alecsandro entrou no lugar de Anderson. A torcida não gostou da saída e da entrada, e aí o que era ainda tímido passou a ser ostensivo. A cobrança passou a ser forte sobre o treinador.

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Quando Rogério fez o segundo, a torcida alviverde começou a gritar “olé” quando os visitantes tinham a bola, e vaiar quando o Coritiba tinha a posse. Com o gol contra de Walisson Maia, fechando o placar, surgiram inclusive os gritos de “fora Pachequinho”. É uma pressão que recairá sobre o treinador, uma das pessoas que mais conhece os bastidores do Coritiba, e que sabe que a diretoria tem muita dificuldade em administrar as cobranças que recebe da torcida e dos conselheiros.

Por isso, a vitória incontestável do Sport, mais que tirar a chance do Coxa entrar nesta rodada no G6 (lugar que o Leão da Ilha foi ocupar, passando a ser justamente o sexto lugar do Brasileirão), pode provocar um terremoto daqueles no Alto da Glória. Talvez até maior do que o imaginado. E totalmente impensado para quem viu o Coritiba que surpreendeu o Brasil no início do campeonato.