Não tá certo

Análise: Coritiba parece se preocupar com tudo, menos com o que interessa

O presidente Rogério Portugal Bacellar continua esperando por Ronaldinho Gaúcho. Foto: Arquivo

Ronaldinho vem. Ronaldinho vai. Ronaldinho interessa. Ronaldinho não interessa. Ronaldinho recebe proposta. Ronaldinho joga futevôlei. Ronaldinho pede tempo. Ronaldinho viaja. Ronaldinho promete resposta.

Este é o 2017 do Coritiba até agora. Só que enquanto isso, o Coxa teve vinte dias de pré-temporada, duas partidas pelo Campeonato Paranense, não jogou bem em ambas, segue com carências detectadas do ano passado, é obrigado a usar jogadores sem totais condições. Perde para o Cianorte e empata com o Cascavel. Não faz um gol sequer.

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Continua sem armação. Paulo César Carpegiani segue esperando esse armador. E também segue esperando por laterais, que ele pede com tamanha ênfase que chega a constranger. A torcida não conseguiu ver nada no Cori de 2017. E se não vencer o Paraná Clube no domingo (5), terá o pior início de Paranaense nos últimos 30 anos.

E onde está o presidente Rogério Portugal Bacellar?

Segundo o jornalista Napoleão de Almeida, do portal UOL, ele “está recluso e não atende aos telefonemas”, esperando ansiosamente por uma resposta de Ronaldinho Gaúcho. Fala-se que pode ser nesta sexta (3). E se não for? O presidente ficará sumido enquanto o time estiver jogando mal e o técnico espera por contratações?

Ah, mas há o vice-presidente Alceni Guerra. Mas ele também parece não se importar com o futebol, mas sim com estádio e direitos de televisão. Por enquanto, o Coritiba não tem nenhum projeto real de novo estádio (na área do Couto Pereira, do Pinheirão ou em qualquer outro lugar) e sem qualquer contrato de TV – quer dizer, sem dar chance a maior parte da torcida acompanhar as partidas e, principalmente, sem expor as marcas dos patrocinadores.

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E quem cuida e se preocupa do futebol do Coritiba dentro do clube não parece ter a autonomia para agir, para fechar contrato com um jogador que chegue para ser titular, que seja mais que um projeto de marketing, que resolva os problemas táticos que Carpegiani aponta neste momento serem sem solução.

Sim, porque não adianta ter dois ótimos atacantes como Kléber e Henrique Almeida se a bola mal chega neles? Eles reclamam. A comissão técnica reclama. A torcida, a mais atingida, fica preocupada com o presente e com o futuro. A diretoria? Pensando em outros assuntos. Mas vai que Ronaldinho enfim resolve sua vida, e tudo (mais ou menos) volta ao normal.