Pra lá e pra cá

Cenário eleitoral do Coritiba nunca esteve tão dividido e agitado

Em 2015 eleições pegaram fogo no Coritiba. Agora, nem Rogério Bacellar e nem Vilson Ribeiro de Andrade querem assumir a bomba. Foto: Hugo Harada

As peças do tabuleiro da eleição do Coritiba estão se movimentando. Por enquanto, de uma forma mais silenciosa, nos bastidores. Mas três nomes que poderiam despontar como candidatos para o pleito de dezembro por enquanto estão se afastando do processo. Se o presidente Rogério Portugal Bacellar não pretende sair para a reeleição, dois ex-cartolas também dizem não quererem encarar tudo de novo.

Rogério Bacellar era um candidato certo. É natural, afinal é o atual mandatário do Coxa. Mas após a repercussão da matéria da Tribuna sobre o jogo eleitoral no clube, ele se afastou da disputa. Abriu a porta da chapa da situação para lançar outro candidato, mas ao mesmo tempo criou a dúvida entre seus apoiadores – quem seria o nome ideal para ir às urnas?

Os primeiros nomes lembrados, claro, seriam os dos vices mais conhecidos, Alceni Guerra e José Fernando Macedo. Nenhum deles sequer se posicionou como pré-candidato, e eles também dependem de resultados para cacifar uma possível candidatura. No caso de Macedo, hoje mais ligado ao futebol, seria necessária uma reviravolta no departamento, principalmente parando de lutar para fugir do rebaixamento e brigando pelas primeiras posições do Campeonato Brasileiro. Para Alceni, hoje a face mais visível da diretoria, seria fundamental o êxito popular de um projeto de reforma ou reconstrução do estádio Couto Pereira.

Os ex-presidentes

Depois de ser citado pelos ex-dirigentes João Jacob Mehl e João Carlos Vialle como um apoiador e integrante da chapa da “velha guarda”, Giovani Gionédis descartou participar do processo eleitoral em entrevista à Gazeta do Povo. “Não me reuni com o Jacob Mehl e nem com o Vialle. Não vou sair candidato à presidente, eu já tive o meu tempo”, afirmou.

Presidente entre 2002 e 2007, GG não está do lado de ninguém. “Eu não vou integrar chapas. Mas eu vou votar nas eleições e terei de tomar um partido. Mas no momento oportuno”, completou o ex-presidente, que admitiu que “não pode ficar alheio ao que acontece no clube”.

É o que muitos esperam ser também a posição de Vílson Ribeiro de Andrade. O ex-presidente, que comandou o clube (de fato, como vice de Jair Cirino, entre 2010 e 2011, e de fato e de direito entre 2012 e 2014) antes da chegada de Bacellar à presidência, garante a quem lhe perguntar que não será candidato a nada. Mas seu posicionamento, no mínimo, fará diferença para um grupo importante de sócios e conselheiros, que agitam as redes sociais com as lembranças do time treinado por Marcelo Oliveira, bicampeão estadual e duas vezes finalista da Copa do Brasil.

Divisão

Mas nunca o cenário eleitoral esteve tão dividido no Coritiba. Se nos anos 1970 e 1980 eram os a favor e contra Evangelino da Costa Neves, e mais recentemente os pró e contra Gionédis ou Vílson Ribeiro, agora há uma fragmentação. Dissidências surgiram depois de problemas de bastidores, os maus resultados no futebol e as possíveis mudanças no Couto – ou uma mudança do estádio alviverde para outro local.

Se ainda faltava razões para o surgimento de várias tendências, surgiu a aproximação com o Atlético e com o presidente do conselho deliberativo rubro-negro, Mário Celso Petraglia, compreendida por alguns e não aceita por outros. Pode até haver composições (apenas a Ala Jovem não deverá fazer alianças), mas por enquanto cada lado vai tentando reunir forças dentro do próprio grupo para ganhar o poder no Coritiba em dezembro.