Análise tática

Bola parada definiu o Atletiba, que teve Atlético e Coritiba espelhos em campo

Atlético teve várias chances na bola parada. Aproveitou apenas a última. Foto: Albari Rosa

Já dizia aquela velha máxima do futebol: “Clássico é decidido nos detalhes”. E essa frase foi levada à risca tanto por Atlético, quanto por Coritiba. Ao longo da semana passada, o silêncio nos dois clubes predominou. Quando falaram, pouco revelaram. Fabiano Soares e Marcelo Oliveira esconderam o jogo, na tentativa de surpreender o adversário. E, de fato, os dois fizeram isso no empate em 1×1 na manhã deste domingo (10), na Arena da Baixada.

Pelo Furacão, as surpresas foram Lucas Fernandes, que começou como titular após ser preterido nas últimas partidas por Pablo e Douglas Coutinho, e Ederson no ataque. Pelo Coxa, Getterson, recuperado de lesão, começou jogando pela primeira vez.

Getterson foi a grande surpresa do Coritiba no clássico e foi bastante acionando, na frente e atrás, onde teve a incumbência de ajudar na marcação de Fabrício, que foi um dos mais acionados da partida. Foto: Albari Rosa
Getterson foi a grande surpresa do Coritiba no clássico e foi bastante acionando, na frente e atrás, onde teve a incumbência de ajudar na marcação de Fabrício, que foi um dos mais acionados da partida. Foto: Albari Rosa

Em campo, os times pareciam um espelho. Os dois escalados no 4-2-3-1, com um segundo volante – Lucho González e Matheus Galdezani – tendo liberdade para atacar quando a equipe tinha a posse de bola. Além disso, na maior parte do tempo ocupavam a mesma faixa do campo.

O Rubro-Negro quase sempre atacava pela esquerda, trabalhando com Nikão e, principalmente, Fabrício, que toda hora surgia como opção para levantar a bola na área. Até mesmo quando começava a jogada do outro lado, a bola vinha para o setor no final. O Alviverde tentava mais pela direita, com Léo e Getterson, que apostavam na velocidade. Com isso, o duelo ficou muito truncado, com poucas oportunidades claras de gol.

Aliás, das principais surpresas das escalações, Getterson se mostrou mais produtivo. O atacante a todo momento voltava para ajudar na marcação e muitas vezes para cobrir as subidas de Léo, fazendo as vezes do lateral. Já Lucas Fernandes pouco tocava na bola. Só que, quando acionado, acabou sendo mais decisivo, sofrendo pênalti que Nikão acertou a trave.

Embora armados parecidos, o Furacão é quem controlava o duelo, com mais posse de bola e indo para cima, chegando a ter os dois laterais no campo ofensivo ao mesmo tempo. O Coritiba se fechou e buscava o contra-ataque, mas sem muita precisão. Muito também pela forte marcação atleticana, que fechava os espaços.

Novidade no Furacão, Lucas Fernandes não foi tão acionado, mas poderia ter sido decisivo ao sofrer o pênalti, que Nikão acabou desperdiçando. Foto: Marcelo Andrade
Novidade no Furacão, Lucas Fernandes não foi tão acionado, mas poderia ter sido decisivo ao sofrer o pênalti, que Nikão acabou desperdiçando. Foto: Marcelo Andrade

Fabiano Soares e Marcelo Oliveira até tentaram mudar o panorama do Atletiba. O primeiro mais uma vez lançou uma novidade: Felipe Gedoz, que entrou esquerda e fez Nikão cair pela direita, mas, mesmo assim, seguir coma a referência atleticana. Uma tentativa de confundir o rival, que logo respondeu com Tiago Real, compactando mais o meio-campo.

As substituições fizeram o duelo ficar mais aberto, principalmente pelos lados do campo, onde, enfim, se tinha espaço. Mas que não foram bem aproveitados por nenhum dos dois.

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Mas o que definiu o jogo mesmo foi a bola parada. Para o bem e para o mal. Foi assim que o Coxa marcou o gol, em uma das poucas vezes que chegou com perigo. Rafael Longuine cobrou falta na área e Werley cabeceou para as redes.

O Rubro-Negro, por sua vez, perdeu várias chances, não só o pênalti, mas também em cobranças de escanteio e de falta que pararam na trave, além de uma grande defesa de Wilson. Só que, na última oportunidade, Gedoz cobrou o pênalti que definiu o resultado.