Herói nos pênaltis

Weverton, o nosso campeão olímpico de futebol

RJ - OLIMPÍADAS/FUTEBOL MASCULINO/BRASIL E ALEMANHA - ESPORTES - O goleiro Weverton pegou o quinto pênalti cobrado pela Alemanha e garantiu a inédita medalha de ouro nas Olimpíadas Rio 2016, no Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ), neste sábado (20). 20/08/2016 - Foto: DHAVID NORMANDO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Weverton é um campeão olímpico bem brasileiro. Nascido no Acre, no extremo norte (e pobre) do Brasil, fez o que muitos dos seus conterrâneos fizeram nas décadas anteriores – foi tentar a sorte no “Sul Maravilha”. Chegou em São Paulo, brilhou em Curitiba e se consagrou no maior templo do futebol mundial. O garoto que saiu de Rio Branco é campeão olímpico, vestindo a camisa 1 da seleção brasileira no Maracanã. E é o representante do futebol paranaense nessa conquista.

É claro que quando chegou ao Atlético, no meio da Série B de 2012, não se imaginava que Weverton viraria a principal referência do clube, um ídolo incontestável, titular absoluto e convocado para a seleção. No início, era mais um que chegava em meio a uma campanha pra lá de irregular. Era mais um desafio para o goleiro que passou pela base do Corinthians, mostrou serviço na Portuguesa e agora partia para um dos grandes do futebol brasileiro.

A identificação foi rápida. Suas defesas espetaculares e o senso de liderança empolgaram o torcedor. De 2012 até agora, ele foi absoluto, o dono da camisa 12 – simbólica junção entre um número usado por um goleiro e também para homenagear a torcida. No nosso futebol, onde pouca coisa nos orgulha constantemente, Weverton é dos raros jogadores respeitados por todas as torcidas. E talvez por isso, o jogador passou a ser um defensor do futebol paranaense. Uma posição não da boca pra fora, mas constatada por quem já conversou com ele.

Faltava a consagração nacional. Ela veio aos trancos e barrancos. Já era considerado um dos destaques no futebol brasileiro, mas não a ponto de ser especulado para a seleção brasileira. Tanto que a convocação de Fernando Prass para a Olimpíada não foi contestada. O corte do veterano abriu a vaga para Weverton – surpresa para muitos, não para gente.

Com a pressão de ser um dos maiores de 23 anos na seleção olímpica e uma certa desconfiança da maioria, o agora camisa 1 estreou contra a África do Sul. Até a semifinal contra Honduras, praticamente não foi exigido. Mas fez duas defesas importantes diante dos hondurenhos, e também foi importante na final deste sábado (20) com a Alemanha. Quando foi preciso, Weverton estava lá. Agora escreve seu nome na história do futebol brasileiro. O próximo passo parece bem mais próximo – virar o titular da seleção de Tite nas Eliminatórias da Copa do Mundo. E, por que não, na Copa do Mundo de 2018. Pra quem tem a trajetória de vida de Weverton, nada é impossível.