Entrevista exclusiva

Vinícius é afastado e diz que foi por decisão de Petraglia

Vinícius treinou com os companheiros na última quarta-feira (17). A partir de agora, ele fará atividades sozinho. Foto: Aniele Nascimento

Acabou a lua de mel entre o meia Vinicius e o Atlético. O clube informou ao jogador, por meio de um telefonema na noite de quarta-feira (17), que a partir desta quinta-feira (18) ele treinaria em separado do grupo e não fazia mais parte dos planos do Furacão para a continuidade das disputas do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. Em entrevista exclusiva à Tribuna, o jogador, natural de Curitiba e atleticano de coração declarado, revelou que a diretoria gostaria de emprestá-lo ao Goiás, mas não aceitou a proposta e deve continuar treinando em separado no CT do Caju.

“Não sei o que aconteceu. Recebi um telefonema ontem à noite dizendo que passaria a treinar em separado, que tinham uma situação para mim. Cheguei no clube hoje e falaram da proposta do Goiás, mas falei que não iria. Tiveram uma reunião ontem, depois me ligaram e disseram que não faria mais parte o grupo até o final do ano, na continuação do campeonato. Obviamente que só posso jogar a Série B por ter feito os sete jogos na Série A”, lamentou o armador.

Com contrato com o Atlético até dezembro de 2018, Vinicius garantiu que, depois de não ser relacionado para enfrentar o Palmeiras, teve uma conversa muito boa com o técnico Paulo Autuori na segunda-feira (15). O jogador, sem citar nomes, mas claramente se referindo ao presidente do conselho deliberativo do Furacão, Mário Celso Petraglia, afirmou que a vontade da sua saída foi do cartola e não da comissão técnica.

“Realmente não sei o motivo. Eu e o Autuori conversamos na segunda-feira. Pelo que eu sei, tanto ele, quanto o Paulo Carneiro (diretor de futebol) fizeram questão que eu ficasse, mas quem manda não quer mais que eu fique e todos sabem quem manda no Atlético. Agora está nas mãos dos meus empresários e eles estão vendo o que vai acontecer”, declarou o jogador.

Vinicius reconheceu que não estava vivendo seu melhor momento técnico, mas garantiu que nunca deixou de honrar a camisa do Furacão, clube qual já se declarou ser torcedor, o que, inclusive, o fez aceitar a proposta do clube no final do ano passado. O jogador afirmou que não está decepcionado e que obedecerá as ordens do clube.

“Não digo que foi uma decepção. A gente sabe que é futebol, não adianta ser só torcedor. A minha profissão é jogador, estar jogando bem, ajudando. Sei que tecnicamente não vivia um bom momento, só que fisicamente e na dinâmica, que são coisas que a comissão técnica sempre pediu para mim, eu estava evoluindo muito. Como sempre falei, quando não ia na técnica, ia na raça, na vontade e estava fazendo o meu papel. Estava taticamente jogando para o grupo. Claro que o torcedor quer que faça gol, dê passe bonito, como um camisa 10, um meia. Jogador tem fase também, não estava vivendo um bom momento, mas estava correndo muito, tanto que na Copa do Brasil, contra a Chapecoense, que conseguimos a classificação, o Autuori, o Paulo Carneiro e a comissão vieram me parabenizar pelo tanto que corri e ajudei a equipe”, prosseguiu ele, que confirmou que negou a proposta para defender o Goiás.

“Então, a gente fica triste, eu fico triste. Estava feliz, tenho amigos no clube, só que, infelizmente, eu só obedeço. Sou funcionário do clube. Não tem o que fazer. Tenho que começar a pensar o que pe melhor para mim, mas, como falei, neguei a proposta do Goiás, até porque não me interessa. Vou continuar treinar em separado até as coisas se resolverem”, emendou.

O Furacão ainda não se pronunciou oficialmente sobre a situação de Vinicius. O jogador, que coleciona alguns problemas de indisciplina por alguns clubes que passou, fez uma boa temporada pelo Fluminense no ano passado e, depois de negar propostas de outros grandes clubes do Brasil, optou pelo Rubro-Negro para realizar seu sonho de jogar no seu clube do coração. Mas a história, que tinha tudo para ganhar contornos especiais e até um final feliz, parece ter acabado por aqui.

“Para ser sincero, neguei propostas de muitos times grandes porque quis vir para o Atlético, com o pensamento só no Atlético. Vim para cá, é minha cidade, meu time do coração e aconteceu isso. A gente fica triste e fiquei surpreso com tudo isso”, arrematou ele.