Derrota

Sonho da noite de Libertadores do Atlético vira pesadelo na Vila Capanema

Lucho González lamenta. Pode ser a bola na trave, o gol sofrido, a derrota em si. Foto: Albari Rosa

Não tem nada terminado. Mas o Atlético viu o sonho de seguir na Copa Libertadores ficar mais distante com a derrota de ontem para o Santos por 3×2, na Vila Capanema. O Furacão saiu na frente, levou a virada, cometeu erros, teve até frango de Weverton e foi derrotado pelo time de Levir Culpi. No jogo da volta, dia 10 de agosto, na Vila Belmiro, será preciso vencer por dois ou mais gols de diferença ou por 4×3, 5×4 ou placares superiores para se classificar direto. Ou vencer por 3×2 para levar a decisão para os pênaltis.

Confira como foi o jogo no Tempo Real da Tribuna!

O Atlético entrou em campo com uma surpresa. Sem Jonathan, com dores musculares, o novato Gustavo Cascardo aparecia na lateral-direita. Sorte de Eduardo Baptista poder ter a chance de mudar a lista de jogadores, pois o jovem não estava no grupo original do Furacão na fase de grupos. Nem Ederson, que como a torcida queria era o titular no ataque, deixando Grafite no banco de reservas.

Mas quem estava para resolver, como sempre, era Nikão. Logo no início, quando nada havia acontecido. Num lance que parecia perdido. Sidcley cruzou para trás e Lucho González furou. Melhor que o gringo errou, porque a bola ficou à feição de Nikão, que mandou de bate-pronto, indefensável até para o quase infalível Vanderlei. Um golaço rubro-negro para dar tranquilidade aos donos da casa e obrigar os visitantes a jogar.

Só que obrigar um adversário do Atlético a jogar significa ao mesmo tempo o Furacão dar espaço. E já se sabe o que acontece. Aos poucos, o Santos começou a ganhar terreno, criar oportunidades e encontrar campo para jogar. Inclusive em jogadas rápidas. Pois foi assim que o Peixe empatou – Jean Mota arrancou, Lucas Lima recebeu e tocou com precisão para Kayke tirar do alcance de Weverton.

Diferente de outros jogos, o Rubro-Negro desta vez melhorou após sofrer o gol. Terminou o primeiro tempo na garganta do Santos, trocando passes e encontrando espaços. Lucho González quase fez outro golaço, não fosse Vanderlei e a trave. O problema era a boa atuação de Lucas Lima, que tinha resolvido voltar a jogar bem justamente ontem. Mas era possível acreditar que o segundo tempo poderia ter boas notícias.

Digamos que o início da etapa final foi diferente do imaginado. Mas foi uma boa notícia o milagre de Weverton, saindo nos pés de Kayke após o erro de Matheus Rossetto. E era um sinal de que teríamos emoções na Vila Capanema.

Emoções inacreditáveis. Pois Weverton, o goleiro da seleção, o ídolo maior da torcida atleticana, engoliu um frango daqueles. No chute de Victor Ferraz, o camisa 12 não segurou, a bola bateu em seus pés e foi lentamente entrando até o toque final de Bruno Henrique. O Santos voltara melhor. E virou o jogo.

Aí, como todo mundo sabe, Eduardo Baptista fez o de sempre – tirou Lucho González. Desta vez, tirou Douglas Coutinho ao mesmo tempo, e colocou Pablo e Carlos Alberto. O treinador, já vaiado pela torcida, ouviu gritos de “burro”. E quando o Atlético tentava pressionar, veio um golpe duríssimo. Um lançamento de craque de Lucas Lima. Bruno Henrique domina e coloca Cascardo para dançar. E pra fechar um gol de letra de Kayke.

Mas o jogo não havia terminado. Minutos depois, Pablo cruzou para Matheus Rossetto, que apenas escorou para Ederson marcar. Sem se preocupar com a opinião generalizada, Eduardo Baptista colocou Grafite no lugar de Rossetto. Era o momento já de drama, de lances como o que Pablo tirou o gol feito de Bruno Henrique, do chute de Nikão que desviou na zaga e enganou Vanderlei e cruelmente raspou a trave.

Nos minutos finais, os torcedores ficaram de pé, misturando o silêncio da tensão com o barulho do incentivo. Só que o silêncio foi tomando conta do Durival Britto, apenas sendo substituído ao apito final pelas vaias – pela derrota, pelos erros, pelas substituições, pelo jogo não ser na Arena da Baixada, para a arbitragem, para Weverton, para Grafite, para Eduardo Baptista, para a diretoria. A noite que deveria ser de magia acabou sendo de pesadelo.