Dezoito jogos, dezoito escalações. É este um dos pontos mais marcantes da “era Fabiano Soares” no Atlético. Entre todas as modificações feitas, as últimas, na derrota para o São Paulo, foram as mais polêmicas. E transformaram o ambiente calmo do Furacão. Há algo no ar, e não são os aviões de carreira. Vencer o Vitória, nesta quinta-feira (19), às 20h, no Barradão, representa encerrar uma série de maus resultados, que tiraram a equipe de postulante à Libertadores e a colocaram no meio da tabela e perigosamente perto da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.
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Tirar Nikão e Felipe Gedoz do time titular sem razão aparente deixou Fabiano Soares sob pressão. Como ele não conseguiu explicar (na coletiva de terça-feira, disse que “problemas de cartão e lesões” o forçam a mudar a equipe, sendo que os dois meias estavam aptos para jogar no Pacaembu) e ainda após a partida em São Paulo dar declarações desastradas (“O Gedoz não é importante”), o treinador foi fortemente criticado. Apesar de ter feito o Furacão ter jogado o melhor futebol da temporada há algumas rodadas, o rendimento caiu sensivelmente e com isso vieram as contestações.
O técnico rubro-negro sentiu o golpe. Ao avaliar o momento do time no Brasileirão, fez um resumo de sua principal preocupação. “Defensivamente temos que melhorar para parar a sangria de gols que estamos tendo”, afirmou. Mas depois tentou “consertar” o que queria dizer. “Não estou dizendo que é a defesa, que está bem, mas todos precisam ter um pouco mais de atenção nos gols que estamos levando, que não são méritos do adversário”, completou.
Apesar do desencontro do discurso, a queda de produção do Atlético tem muito a ver com o número de gols sofridos. Na sequência recente, de apenas uma vitória em oito partidas, o Furacão levou 11 gols e marcou apenas sete (três em apenas uma partida, a vitória sobre o Fluminense). Foi nesse período que o time saiu da sexta posição, dentro do grupo da Libertadores, para o 11º lugar, a oito pontos de distância para o G7 e com a turma de baixo colada.
Os jogadores também não entendem o porquê dessa crise técnica. “É difícil falar. Quando eu cheguei aqui, estávamos há um tempo sem ganhar, depois conseguimos quatro vitórias seguidas e aí o time deu uma caída. E no Campeonato Brasileiro com dois empates você já dá uma caída”, disse o lateral-esquerdo Fabrício, que volta ao time nesta quinta. Tendo somado apenas um ponto dos últimos doze disputados, o reflexo para o Atlético é ainda maior.
Por isso é obrigação vencer, mesmo jogando fora de casa – ou até por isso, já que o Vitória é o pior mandante do Campeonato Brasileiro (apenas nove pontos em casa). Mesmo assim, Fabiano Soares pede cautela com o time de Vagner Mancini, que deixou a zona de rebaixamento ao empatar com o Santos na segunda-feira. “Ele (Mancini) mudou a cara do time jogar, são agressivos, um futebol de ataque e quando um time ataca muito, pode ter um desequilíbrio. Mas estão subindo de produção”, alertou o técnico.
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E para conseguir a vitória, fundamental nos planos de reaproximação do G7, Fabiano Soares tem, além de Fabrício, o retorno de Lucho González, que certamente será titular. Se na defesa não há dúvidas, do meio para frente é aquele mistério. Sem Nikão, suspenso, o natural seria a escalação de Gedoz ao lado de Guilherme e um jogador de velocidade (Sidcley, Lucas Fernandes ou Douglas Coutinho, com maior probabilidade para o primeiro). Mas Pablo, usado nas últimas partidas, pode aparecer, além de Gedoz não ser uma certeza.
A única certeza é que a reabilitação precisa vir de uma vez. “O G6 estava tão próximo da gente e deixamos escapar. Jogos que poderíamos ter ganho, como Grêmio, Coritiba e Atlético-GO, mas demos uma relaxada e estamos mais próximos da zona de rebaixamento. O Campeonato Brasileiro é assim mesmo, mas vamos fazer um bom jogo para voltar a vencer e mirar o G7 novamente”, finalizou Fabrício.
Ficha técnica
BRASILEIRÃO
2º Turno – 29ª Rodada
VITÓRIA x ATLÉTICO
Vitória
Caíque; Caique Sá, Wallace, Ramon e Juninho; Uillian Correia, Fillipe Soutto, Yago e David; Neílton e Tréllez.
Técnico: Vagner Mancini
Atlético
Weverton; Jonathan, Wanderson, Thiago Heleno e Fabrício; Pavez, Lucho González; Guilherme, Felipe Gedoz (Douglas Coutinho) e Sidcley; Ribamar.
Técnico: Fabiano Soares
Local: Barradão
Horário: 20h
Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO)
Assistentes: Fabrício Vilarinho da Silva (Fifa-GO) e Cristhian Passos Sorence (GO)