Sonhando alto?

“Podemos ser um dos maiores do mundo”, dispara Petraglia sobre o Atlético

Petraglia afirmou que Furacão era time de bairro antes da sua chegada. Foto: Marcelo Andrade

Um time amador e que vivia ‘na dureza‘. É assim que Mário Celso Petraglia, define o Atlético antes de sua gestão. “Era um clube de várzea, de bairro, que não remendava a meia, que comprava roupa no botequim da esquina para poder jogar”, afirmou o presidente do Conselho Deliberativo do Furacão, em entrevista concedeu ao jornalista do UOL Esporte, Julio Gomes. A conversa entre o mandatário e o blogueiro repercutiu muito esta semana, uma vez que Petraglia já falou diversas vezes que não faz nenhuma questão de que a imprensa tenha informações sobre o Rubro-Negro, porém, contraditoriamente, abriu as portas ao jornalista ‘forasteiro‘.

O gestor reforçou que seu trabalho nesses 23 anos dentro do Atlético está dando certo porque em tudo que faz, consegue excelência nos resultados. “Eu só não fiz religião ainda nessa vida. Fiz grandes empresas, fiz política de altíssimo nível e fiz futebol”, declarou.

Figura polêmica do futebol paranaense, Petraglia coloca sua personalidade em tudo que faz. Por isso, é tão óbvio ver o Atlético como, praticamente, uma extensão de sua personificação.

“Todos os projetos são personalistas. Os projetos de Einstein, Newton, Darwin, eram todos personalistas. Como vai fazer um projeto que não tenha a personalidade do cara que está fazendo?”, explicou, fazendo referência a outro cartola tão polêmico quanto ele no Brasil.

“A diferença de Euricos para Petraglias é que meu projeto é pro bem e o outro foi pro mal. Abomino projetos personalistas destrutivos, não construtivos”, frisou, reprovando o trabalho de Eurico Miranda, que esteve por diversas décadas à frente do Vasco da Gama.

Sem ‘papas na língua‘, o dirigente lembrou da guinada do Atlético no cenário nacional nesses anos de seu trabalho e colocou o clube em um patamar de ‘time de bairro’ antes da sua chegada até se tornar “o clube mais rico das Américas”.

“Jamais na história de um clube de futebol foi feito o que nós fizemos aqui, em um clube sem dono. Era um clube de várzea, de bairro, que não remendava a meia, que comprava roupa no botequim da esquina para poder jogar. Não tinha onde treinar, onde jogar, não existia. Em 20 anos, foi feito o clube mais rico das Américas, dito pela Soccerex”, detalhou Petraglia, que sonha grande, com o dia em que o Atlético, quem sabe, possa estar no mesmo patamar que Real Madrid e Barcelona.

“Estou convicto que é possível, que nós podemos ser um dos maiores clubes do mundo. Nisso realmente tenho convicção. Se fizer a coisa certa, e eu sei qual é a fórmula, vamos ser. Não inventei nada. Nada se cria, tudo se copia. É só olhar para fora e trazer”, explicou.

O cartola também afirmou que o clube serviu de uma “terapia extrema” para ele. “Não há preço pelo que eu dei ao clube, a cabeça do Mário Celso Petraglia ter doado seu trabalho, o networking, a experiência. Eu sou há 21 anos psicanalisado. 21 anos num divã. Cinco vezes por semana”, contou ele, fazendo uma citação no sentido figurado.

O jornalista, durante a longa conversa, ainda questionou se Petraglia achava que merecia uma estátua pelos anos dedicados ao Rubro-Negro.

“Ninguém merece estátua. Não sou favorável a ídolos. O que fica é a obra, não seu autor”, finalizou o mandatário.