Dedo na ferida

Petraglia volta a criticar organizadas e cobra os torcedores

Petraglia disse que estádios estão esvaziando por conta da violência das organizadas. Foto: Arquivo

Depois de algum tempo sem falar aos microfones da Rádio CAP, o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, concedeu entrevista ao veículo oficial do clube na tarde deste domingo (18), antes de a bola rolar na Arena da Baixada para o duelo do Furacão diante do São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro. O mandatário respondeu algumas perguntas de torcedores que, na maioria dos questionamentos, abordaram a briga do clube com a torcida organizada Os Fanáticos.

Petraglia abordou alguns pontos sobre os pensamentos divergentes do clube com o da facção e salientou que o Setor Fan da Arena da Baixada, local onde fica localizada a organizada, não terão as cadeiras tiradas novamente. Isto porque o estádio está recebendo vários eventos e o custo é elevado para a retirada das cadeiras.

“As cadeiras não serão retiradas do Setor Fan. A Arena recebe muitos eventos e shows, e custa mais de R$ 100 mil para tirar e colocar. Não faremos mais isso. Além disso, a torcida tem que se habituar com o estádio com cadeiras. É difícil e gostaríamos que não estivéssemos enfrentando esses problemas”, disse o dirigente, que criticou também a violência que as organizadas, segundo ele, levam aos estádios.

“Sabemos através de pesquisas que famílias não estão vindo mais ao estádio com seus filhos pelo medo da violência. Ontem mesmo, antes do término do jogo contra o Corinthians (contra o Palmeiras, no Itaquerão), as famílias com seus filhos, de setores extremamente separados, foram embora antes porque a organizada pretendia invadir os setores onde estava a diretoria para agredir todo mundo. Não se pode amar a instituição só porque está ganhando ou amar menos ou mais porque perdeu. Claro que ficamos chateados, queremos vencer, ser campeões, mas no futebol não tem essa segurança. Você vai ganhar ou perder, mas o amor pelo clube tem que ser incondicional”, emendou.

Mário Celso Petraglia voltou a criticar a torcida de uma forma geral. Depois da Copa do Mundo, o mandatário atleticano esperava que o Furacão fosse atingir o número de 40 mil sócios facilmente, mas não foi isso que aconteceu. Para ele, essa instabilidade enfrentada pelo time rubro-negro em campo é justificada pela falta de sócios e de receitas.

“O Brasileiro é o campeonato mais difícil do mundo, mais disputado do mundo. Agora com que condições (pode brigar pelo título) se não temos as receitas de bilheteria que nós precisamos? Se não temos o número de sócios que precisamos? Se não temos receitas de televisão aos níveis que merecemos? Se não temos patrocínios aos mesmos níveis daqueles que tem grandes torcidas? Nossa torcida é extremamente regional e localizada em Curitiba e Região Metropolitana. Há uma exigência injusta e descabida. Claro que entendo e sei a paixão que move, que as pessoas ficam cegas porque querem e até entendo nos 90 minutos e depois dos 90 minutos quando se perder um jogo. Eu também sofro, também fico fora de mim, mas depois cai a ficha e nós sabemos e temos que entender qual a nossa realidade”, concluiu Petraglia.