"Perfil sou eu"

Petraglia reassume futebol do Atlético enquanto não encontra substituto

Dirigente não confirmou nenhum nome para técnico, mas quer alguém com amplos poderes. Um novo Alex Ferguson. Foto: Marcelo Andrade

Antes apenas cuidando do clube, Mario Celso Petraglia está de volta ao controle do futebol do Atlético. Atual presidente do Conselho Deliberativo, o dirigente parece ter voltado da licença do cargo com tudo. Depois de ter pedido afastamento, em julho, ele retornou em outubro e, aos poucos, foi retomando, oficialmente, a função de ‘homem forte’ do Furacão.

Agora, será uma espécie de CEO rubro-negro, acumulando as funções de presidente do conselho e de diretor geral, até que seja definido um novo nome, que pode ser o ex-presidente do Bahia, Marcelo Sant’Ana.

“Queremos contratar um diretor geral, responsável por todas as áreas, financeiro, futebol, infraestrutura e construção. Que seja o responsável por tudo. Não sei se é o Marcelo Sant’Ana ou o Mario Celso Petraglia. A princípio será o Mario Celso Petraglia. O perfil sou eu. Um executivo de alto nível”, disse Petraglia, em entrevista à Rádio Transamérica.

Enquanto isso, todas as escolhas do futebol passarão pelas mãos do dirigente. Foi ele quem acertou todas as tratativas para contratar o atacante Bergson, confirmado nesta terça-feira (11). E assim será a escolha do treinador, que terá uma função diferente.

Novo Alex Ferguson

O clube fechará 2017 sem um diretor de futebol, cargo que era ocupado por Paulo Autuori e que será extinto do Atlético para 2018. A ideia é ter todo o departamento embaixo do guarda-chuva do novo técnico, que funcionará como manager. Esse foi o projeto oferecido para Autuori, que acabou não aceitando. A ideia era transformá-lo em um Alex Ferguson – ex-técnico do Manchester United – brasileiro, com Fabiano Soares sendo seus assistente.

“Existe uma cultura no Brasil em que o técnico é o dono do clube. Ele não aceita nada, nenhuma interferência. Nós buscamos o Paulo para que ele fosse um Alex Ferguson do futebol brasileiro. Ele comandaria o futebol de A a Z. Ele iria para o banco de reservas e os auxiliares dariam treinamento da forma que foi definida. Mas o Autuori não se encaixou. O Fabiano Soares foi contratado para ser auxiliar e ser comandado pelo Autuori. Mas ele não se encaixou nessa questão de comandar o trabalho do técnico. Como não deu certo, fizemos o convite para ele voltar para função de técnico agora no final do ano. E ele disse que no Brasil não treina mais clube nenhum”, afirmou.

“Não queremos mais diretor de futebol. Estamos buscando um treinador que tenha condições de exercer o poder e os trabalhos dentro dessa filosofia que queremos”, acrescentou o presidente.

O próximo treinador do Furacão terá ‘superpoderes’, contando com técnico-auxiliares para os treinamentos do dia a dia. Dois nomes são favoritos para assumir o papel de ‘técnico-diretor‘: Seedorf e Leonardo.

O holandês é o favorito e, inclusive, já tem visita agendada ao CT do Caju para conhecer o projeto atleticano. Já Leonardo, que recentemente deixou o Antalyaspor, da Turquia, também foi oferecido e está dentro do perfil procurado, mas ficou seis anos sem trabalhar na função e trabalhou por apenas três meses no clube turco. Nos dois casos, o teto salarial do clube para técnico seria ultrapassado, e uma engenharia financeira (patrocínios) teria para pagar essa diferença.

No entanto, nenhum nome foi confirmado por Petraglia. “Não sei. Pode ser o Seedorf, pode ser o Ronaldo Fenômeno, pode ser o Mario Celso Petraglia”, brincou ele.