Olho aberto

Petraglia admite preocupação com riscos de Atlético perder Arena e CT do Caju

Arena da Baixada pode ir a leilão caso Atlético não pague as dívidas por conta das obras para a Copa. Foto: Aniele Nascimento

Pela primeira vez o torcedor do Atlético ouviu diretamente de Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do clube, que existe a possibilidade do CT do Caju e da Arena da Baixada irem a leilão, caso as dívidas da reforma do estádio para a Copa do Mundo de 2014 não sejam pagas.

“Claro que é (real a chance de leilão). A dívida tem que ser paga. Nós temos títulos, nós temos créditos para pagar essa dívida. Se o Atlético não pagar a parte dele, está em garantia (o CT e o estádio)”, admitiu Petraglia em entrevista a Rádio Transamérica.

O acordo assinado em 2009 entre governo do Estado, prefeitura de Curitiba e o Furacão previa que cada parte ficasse responsável pelo pagamento de um terço do orçamento, que inicialmente era de R$ 184 milhões. Porém, ao final da obra o valor total ficou em R$ 346 milhões, que é o que o Rubro-Negro quer que seja dividido entre os três lados.

“Deveriam ter sido financiados R$ 346 milhões, só financiaram R$ 291 milhões. Quem pagou os R$ 55 milhões? O Atlético. Pagou fornecedores e todo mundo. E estamos pagando”, afirmou Petraglia.

Do outro lado desse embate que está na justiça há pouco mais de dois anos, está a Fomento Paraná, que é a agência de crédito vinculada ao governo estadual. A instituição cobra do Atlético o valor do empréstimo de R$ 291 milhões repassados para a CAP S/A, sociedade criada pelo clube para administrar a reforma da Arena.

“O custo do estádio foi de R$ 346 milhões. Então, se dividir esse valor por três, dá R$ 115 milhões em números redondos. Então cabe mais R$ 55 milhões para cada um. Os R$ 346 milhões que estão nos contratos tripartite, o Estado teria que financiar o Atlético em 100%, mas só financiou R$ 291 milhões”, insistiu o dirigente.