Fim do benefício

Para prejudicar a Os Fanáticos, Atlético aumenta preço de sócios pra todos os torcedores

Briga entre Atlético e organizadas ganhou mais um capítulo. Bronca com Petraglia só aumenta. Foto: Marcelo Andrade

A briga entre Atlético e a torcida organizada Os Fanáticos ganhou mais um entrave. Nesta quarta-feira (13), a diretoria do Furacão anunciou que, a partir do mês que vem, o preço da mensalidade do Setor FAN (nas ruas Buenos Aires e Coronel Dulcídio), justamente onde ficam os membros da facção, passará de R$ 100 para R$ 150, valor que já é cobrado nas retas do estádio.

Na verdade, os setores atrás dos gols tinham um desconto, que foi cancelado. O motivo, segundo o Furacão, é o prejuízo causado pela torcida organizada de 2013 para cá. De acordo com a nota oficial, este benefício se deu pelo bom comportamento da Os Fanáticos e também como um incentivo aos torcedores, mas que desde então acabou se tornando um problema para o clube.

“Além do desconto na mensalidade, o acordo estabeleceu vários outros benefícios, tais como: não utilização dos camarotes atrás da Organizada; um caixote para coordenação da Torcida; remoção das cadeiras; autorização de uso de bateria, faixas e bandeirões, mesmo que em prejuízo da adoção de ações comerciais pelo Clube neste espaço”, afirmou a nota atleticana.

Torcida reclamou bastante da atitude do Atlético em aumentar a mensalidade dos sócios. Foto: Reprodução/Twitter
Torcida reclamou bastante da atitude do Atlético em aumentar a mensalidade dos sócios. Foto: Reprodução/Twitter

O Atlético ainda alega que houve um acordo por escrito entre clube e torcida em fevereiro de 2016, mas que não vinha mais sendo cumprido e citou dez episódios onde o Furacão foi prejudicado por conta de atitudes da organizada.

Entre as principais, estão as perdas de mando de campo no Brasileirão de 2013 e 2014, “prejuízos direto e indireto de R$ 5 milhões (perda de receitas como bilheteria, custos/prejuízo financeiro e técnico por jogar fora), 25 ações judiciais movidas por torcedores pelo Brasil todo, inclusive uma Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público de Santa Catarina contra o Clube Atlético Paranaense, com o valor da causa em R$ 10 milhões de reais, em decorrência da violência protagonizada pelas organizadas do CAP e Vasco na cidade de Joinville em dezembro de 2013”.

Mais recentemente, foram contabilizadas ameaças ao atacante Walter, apedrejamento de ônibus da delegação e multas financeiras e tentativas de invasão no CT do Caju e na Arena da Baixada.

A bronca entre os dois lados se dá principalmente entre torcedores e o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Mario Celso Petraglia, que, apesar de licenciado do cargo, dá a impressão que segue mandando.

Confira a nota completa:

O Setor FAN (Buenos Aires e Coronel Dulcídio – superior e inferior) do Estádio Atlético Paranaense sofrerá alteração no preço da mensalidade, que passará para o valor de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) já no mês de outubro de 2017, tornando-se assim um valor único e equitativo para associação em praticamente todos os setores do Estádio (exceto VIP e Camarotes).

Esta decisão do Conselho Administrativo de retirar o benefício financeiro (desconto de R$ 50,00) atribuído no ano de 2013 aos setores FAN, após acordo de bom comportamento e conduta com a principal Organizada (“Os Fanáticos”), acompanha as últimas decisões do Clube de reprimir e prevenir novas desordens por parte de torcedores que insistem em adotar medidas que só visam a perturbar o bom ambiente no Atlético e atentar contra o seu patrimônio.

É preciso lembrar que o referido acordo realizado em 2013, entre Diretoria e Torcida, estabeleceu o valor de R$ 100,00 na mensalidade nos setores FAN, como forma de incentivo a esses torcedores que até então alegavam existência e apoio incondicional ao Atlético. Além do desconto na mensalidade, o acordo estabeleceu vários outros benefícios, tais como: não utilização dos camarotes atrás da Organizada; um caixote para coordenação da Torcida; remoção das cadeiras; autorização de uso de bateria, faixas e bandeirões, mesmo que em prejuízo da adoção de ações comerciais pelo Clube neste espaço.

Assim, como não há mais expectativa de cumprimento do acordado verbalmente em 2013 e o do escrito e assinado em Fevereiro de 2016 pela Torcida Organizada, o Clube retira o último benefício concedido a estes setores.

Para que não se aleguem injustiças, registra-se aqui o histórico de alguns (dentre muitos) prejuízos causados pela Torcida Organizada “Os Fanáticos”:

2013 – Em virtude de uma briga entre membros das Torcidas Organizadas Os Fanáticos e Ultras no Atletiba realizado na Vila Capanema, o clube foi penalizado com perda de 02 mandos e multa de R$ 30 mil reais;

2013 – Perda de 09 mandos de campo para o ano de 2014, sendo 04 com portões fechados, multa de R$ 80 mil reais, prejuízo direto e indireto estimado em R$ 5 milhões (perda de receitas como bilheteria, custos/prejuízo financeiro e técnico por jogar fora), 25 ações judiciais movidas por torcedores pelo Brasil todo, inclusive uma Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público de Santa Catarina contra o Clube Atlético Paranaense, com o valor da causa em R$ 10 milhões de reais, em decorrência da violência protagonizada pelas organizadas do CAP e Vasco na cidade de Joinville em dezembro de 2013;

2016 – Apedrejamento ao ônibus do Clube e ameaças a toda comissão técnica no percurso ao aeroporto Afonso Pena para partida da semifinal contra o Flamengo pela Primeira Liga. Março de 2016;

2016 – Ameaças públicas por parte da Torcida Organizada os Fanáticos ao Atleta Walter Henrique da Silva. Abril de 2016;

2016 – Na partida realizada contra o Atlético Mineiro pelo Campeonato Brasileiro, o clube foi multado em R$ 1.500,00 por arremesso de objetos ao gramado. Maio de 2016;

2016 – Cuspe de torcedor, sócio do setor FAN, no goleiro Vanderlei Farias da Silva do Santos Futebol Clube. O clube foi multado em R$ 3.000,00. Junho de 2016;

2017 – Multa em R$ 10.000,00 pela invasão no estacionamento do estádio por parte de membros da Torcida Organizada. Julho de 2017;

2017 – Prejuízo financeiro de R$ 83.000,00 pela quebra de catracas na invasão ao Estádio na partida válida pela Copa do Brasil 2017, diante do Grêmio;

2017 – Tentativa de invasão ao CAT do Caju;
2017 – Retirada forçada de torcedores dentro do Setor FAN, Buenos Aires Inferior, para colocar faixas com as iniciais da Torcida (“TOF”), em descumprimento a decisão do Clube e em prejuízo de outros torcedores que tiveram que se deslocar à força de seus lugares para mais esta ação de indisciplina e desordem.