Adeus

No melhor jogo da temporada, Atlético é eliminado da Copa Libertadores

Ao fundo, Paulo André lamenta o gol perdido. Em primeiro plano, Vanderlei, o heroi da classificação do Santos. Foto: Albari Rosa

O Atlético está eliminado da Copa Libertadores. No jogo em que mostrou o melhor futebol da temporada, o Furacão dominou o Santos o tempo inteiro, mas tomou um contra-ataque executado à perfeição e levou o gol que deu a vitória ao Peixe por 1×0, nesta quinta-feira (10), na Vila Belmiro. O torneio que era a prioridade rubro-negra em 2017 termina nas oitavas de final, e justamente quando o time demonstrou o potencial que se imaginou desde janeiro. Para o ano, cedo. Pra Libertadores, tarde demais.

Confira como foi o jogo no Tempo Real da Tribuna!

Fabiano Soares colocou o Atlético no ataque, sem um marcador (os volantes eram Matheus Rossetto e Lucho González) e com uma inovação surpreendente, Sidcley como meia pela direita. Se por ali o ataque rubro-negro não rendia, pela esquerda Nikão colocou Victor Ferraz no bolso. E foi o caminho para o domínio do primeiro tempo. Pressionando a saída de bola, impedindo que Lucas Lima jogasse e atacando em cima da fragilidade da defesa do Santos, o Furacão chegava com perigo.

E era preciso ser agressivo, pois no único momento em que foi dado espaço para o camisa 10 da Vila, ele levou o Peixe à frente e a duas reais ameaças ao gol de Weverton. Mas foi isso apenas – de resto, os 45 minutos iniciais foram de controle atleticano. Vanderlei fez três milagres seguidos: primeiro, numa cabeçada de Paulo André que ele mandou a escanteio; aí, Nikão bateu e Fabrício foi quem obrigou o goleiro a espalmar; e depois foi Guilherme, o melhor em campo, quem chutou rasante e fez o santista trabalhar de novo.

O gol parecia próximo, mas não saía. Um lance foi inacreditável. Jonathan fez uma jogadaça pela direita, deu duas meias-luas, tentou encobrir Vanderlei. O goleiro espalmou e a bola veio no meio da área para Sidcley, mas o chute do meia acertou Lucas Veríssimo em cheio. O zagueiro comemorou como se fosse um título. O melhor primeiro tempo do Atlético na temporada terminou 0x0.

No segundo tempo o ritmo se manteve. O domínio era do Furacão, que mesmo com o relógio como inimigo não se desesperava e buscava os espaços que o Santos oferecia. Alguns jogadores, como Nikão, Guilherme, Rossetto e Jonathan, sobravam em campo. E eram os donos da casa que tentavam o contra-ataque. Além de esperar pelos gols, os torcedores pensavam nos motivos que fizeram o time não jogar desta forma em outros momentos deste ano. De diferente, um susto, a cabeçada de Lucas Veríssimo, livre na área, que quase abriu o placar.

Confira as notas dos jogadores do Furacão!

Mas o tempo passava. Com metade do segundo tempo, o Atlético começou a se soltar de forma mais desordenada. Paulo André já era visto com constância no ataque. A má atuação de Ribamar fez Fabiano Soares tirá-lo para colocar Ederson. Pra não perder o costume, Vanderlei defendeu mais uma no chute de Sidcley. Logo depois, Jonathan acertou a trave. Era injusto o empate sem gols na Vila Belmiro.

Final da esperança

E o tempo só fazia ficar mais injusto. Porque a bola aparecia toda hora na área do Santos, e além de Vanderlei o zagueiro Lucas Veríssimo parecia se multiplicar. Já o Furacão inteiro se desdobrava para encontrar o caminho de um gol que transformaria a partida num drama completo. Mas o gol saiu do outro lado. Em um contra-ataque perfeito, Lucas Lima lançou Ricardo Oliveira, que cruzou para Bruno Henrique deslocar Weverton e acabar com as chances do Atlético.

Eram 32 minutos do segundo tempo e a fatura estava liquidada. Mas a partida apresentava ao Atlético várias lições. A maior delas era que aquela história de “saber sofrer”, de ficar na retranca, o papo que Paulo Autuori inventou no início da temporada, era balela. O Furacão mostrou ontem que poderia ter tido uma campanha bem diferente se tivesse a postura que teve na Vila Belmiro. Perdeu, é verdade, mas jogou um futebol de gente grande.