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Nikão e Grafite são alvos de racismo em Capiatá

Grafite foi alvo de racismo no Paraguai. Foto: Daniel Castellano.

Se o Deportivo Capiatá chegou até a despertar simpatia pela história e pelos jogadores veteranos, muito disso ficou pelo caminho depois das tristes cenas após o apito final. Os jogadores do Furacão foram alvo de manifestações racistas por parte dos torcedores paraguaios, e quase houve confusão.

Na saída do campo, após a festa pela vaga garantida, os rubro-negros saíam lentamente. A comemoração era discreta, até pelo cansaço depois da exigência da partida. Alguns, como Nikão (pelo desgaste) e Grafite (pela lesão no tornozelo que o tirou do jogo), andavam mais devagar. E foi aí que os gritos racistas começaram.

“América do Sul me parece uma república das bananas, em que tudo pode. O Nikão foi chamado de macaco, outros jogadores também”, reclamou o técnico Paulo Autuori, já na entrevista coletiva. Carlos Alberto se irritou e partiu para o alambrado discutir com os torcedores, no que foi seguido por Weverton. Além de mais xingamentos, eles receberam garrafas em direção deles.

A situação ficou tensa e a equipe de segurança teve que agilizar a saída dos jogadores para que a confusão não fosse formada. “Jogaram garrafas, as bolas sumiram. Assim nós vamos continuar patinando no futebol. Na Europa já tem punições faz tempo. A diferença é que lá eles agem”, voltou a lamentar Autuori.

Os gandulas foram um caso à parte. No início do jogo, quando o placar era favorável ao Capiatá, as bolas saíam pela linha de fundo e simplesmente não voltavam. Mas como o Furacão saiu na frente logo a onze minutos do primeiro tempo, a partir daí eles não só queriam repor rapidamente como chegaram a colocar a bola na linha da pequena área, numa espécie de “gandula-delivery”.