Brasileirão

Com garotos fazendo a diferença, Atlético encerra jejum de vitórias

Hernani, o mais regular do Atlético em 2016, comemora o gol da vitória sobre o Botafogo. Foto: Lineu Filho
Hernani, o mais regular do Atlético em 2016, comemora o gol da vitória sobre o Botafogo. Foto: Lineu Filho

Foi suado, foi complicado, foi com sofrimento até o último lance. Mas o Atlético venceu o  Botafogo na noite de segunda-feira (29) na Arena da Baixada. Foi por 1×0, placar magro, mas que mostrou que depois das mudanças bruscas que o elenco sofreu, o que importa ao Furacão é buscar dentro de casa os reforços para seguir brigando por uma vaga na Copa Libertadores da América – com a vitória, o time subiu para o oitavo lugar e está a quatro pontos do Corinthians, o atual quarto colocado.

Toda a vitória foi construída pelos garotos – mais novos ou um pouco mais velhos. Não passou por André Lima, que por sinal foi pouco acionado. Nem pelos zagueiros Paulo André e Thiago Heleno – mas que não se retire deles a tranquilidade mesmo nos piores momentos da partida. E também não foi dos recém-contratados Lucas Fernandes e Luan, que fazem o torcedor sentir saudades de Vinícius e Walter, que se foram, e de Nikão, que ainda se recupera de uma lesão.

Foi a vitória do garoto Nicolas. Ele tinha tido apenas uma chance como titular, contra a Chapecoense, e tinha se machucado. Foi a opção de Paulo Autuori para enfrentar os cariocas. Já havia mostrado potencial na partida anterior, confirmou isso contra o Fogão (que, convenhamos, não merece esse apelido obtido graças à grandeza de um dos maiores clubes do País).

Foi de Nicolas o passe para o gol da vitória. Gol de garoto, gol de Hernani. No final das contas, com idas e vindas de jogadores e ausências de outros por tanto tempo, é o volante o jogador mais regular do Atlético nesta temporada. E aproveitou sua estatura para marcar seu quarto gol no Brasileirão – virou artilheiro do time no campeonato, ao lado de André Lima. Ainda eram seis minutos do primeiro tempo, parecia que seria uma noite tranquila de recuperação.

Mas não foi. A partir dos vinte minutos da etapa inicial, foi o Botafogo quem dominou, criando oportunidades e aproveitando deslizes da defesa atleticana – num deles, Santos estava pronto para defender, mas Léo tentou chutar para longe e a bola caiu no pé de Sassá, que quase empatou. Mais organizado, o time carioca dominou o meio-campo e fez o jogo rubro-negro parar. Chances de gol, apenas uma ou outra construída por Pablo (outro da casa).

O Furacão sofria. Afinal, em pouco mais de um mês a equipe que Paulo Autuori preparou tinha se esfacelado – por lesões, suspensões ou por capricho de dirigentes. Sem conseguir se impor, o primeiro objetivo foi tentar segurar a posse de bola, e aí o treinador colocou em campo mais dois jovens, João Pedro e Juninho.

Aí entrou outro personagem. Tantos queriam que Santos tivesse sequência de jogos. Foi preciso que Weverton fosse para a seleção brasileira para isto acontecer. E quando o Atlético venceu, Santos foi decisivo. Tinha sido assim contra o Corinthians, foi de novo nesta segunda. E como ele trabalhou. Cruzamentos, chutes de longe (um deles ‘espírita’ de Bruno Silva), cabeçadas. Um bombardeio vindo de uma equipe tecnicamente inferior. Uma pressão que ninguém imaginava. Mas o camisa 1 do Furacão, o melhor em campo, segurou tudo que veio para o seu gol, garantiu a vitória e deu um pouco de paz à torcida – dos rubro-negros mais velhos até os garotos, tão garotos como os que venceram no gramado.