Amor e ódio

Cobrado pela torcida, Douglas Coutinho responde vaias no Atlético com gol e declaração de amor

Douglas Coutinho supera xingamentos por conta do amor ao clube e garante que sempre dará o máximo pelo time. Foto: Marcelo Andrade

O ano irregular do Atlético gerou uma certa impaciência e intolerância na torcida, que a cada jogo vem pegando no pé de muitos jogadores. Um deles é o atacante Douglas Coutinho. Cria da base do Furacão, o atleta vem vivendo altos e baixos na temporada, mas ainda não recuperou a confiança dos torcedores.

Neste ano, Coutinho foi um dos heróis do Rubro-Negro na classificação para as oitavas de final da Libertadores ao marcar um dos gols da vitória por 3×2 sobre a Universidad Católica, no Chile. Mas não foi o suficiente pra resgatar o apoio das arquibancadas. Durante muito tempo ele foi titular quando Paulo Autuori era o treinador. E a sua escalação era motivo para vaias e críticas, ainda mais pelo jejum de gols.

Algo que se repetiu no último domingo (19), quando Douglas Coutinho foi titular contra o Vasco. Quando a partida estava empatada em 1×1, o atacante, assim como outros jogadores, vinha sendo cobrado e vaiado. Até marcar o gol que colocou o time na frente no placar e comemorou beijando o escudo do clube. Uma identificação de quem é atleticano desde pequeno.

Douglas Coutinho beija o escudo do Furacão em comemoração do gol contra o Vasco. Foto: Miguel Locatelli/Atlético
Douglas Coutinho beija o escudo do Furacão em comemoração do gol contra o Vasco. Foto: Miguel Locatelli/Atlético

“Eu, sinceramente, tive alguns momentos onde acaba chateando. Alguns episódios como quando eu estava saindo do jogo e me faltaram com respeito, mesmo com a minha filha e minha esposa, já xingam. Mas em nenhum momento desrespeitei ou bati de frente com torcedor. Eu beijei o escudo, me emocionei, porque eu amo o que eu faço e além de jogador sou torcedor do Atlético. Na minha casa tem um grafite gigante com a torcida do Atlético e eu comemorando o gol”, desabafou o atleta, após a partida.

“Amo muito o que eu faço, me dedico ao máximo, porque é o sustento da minha família. Abri mão da minha infância, sofri bastante para chegar até aqui e independentemente das vaias eu nunca vou desrespeitar a torcida e vou beijar o escudo com muito orgulho. Eu amo estar aqui e é triste as pessoas que me vaiam, mas serve como incentivo para eu mostrar que honro o Atlético”, completou.

Nova função

Neste ano, Douglas Coutinho atuou em 45 jogos pelo Furacão, marcando apenas cinco gols, mas a maioria decisivo. Não só pela Libertadores, mas também na vitória por 3×2 sobre o Vitória e um no clássico Atletiba pelo Campeonato Paranaense.

“Eu aproveitei ao máximo as oportunidades que tive. Sei que não estou no meu melhor, mas nos últimos jogos eu me dediquei ao máximo, fiz gols, dei assistências para ajudar a equipe”, lembrou ele.

Confira a classificação completa do Brasileirão

Os números em si não são dos melhores, com uma média de um gol a cada nove partidas. Mas destaca-se que na maioria das vezes que entrou em campo ele atuou pelos lados e não como referência, algo que ele espera mudar daqui pra frente e brigar para ser o ‘9’ rubro-negro e voltar a ser aplaudido pela torcida.

“Eu sempre converso com ele e pedi para me colocar de centroavante. Desde as categorias de base eu fui centroavante, mas pela minha velocidade não vejo problema de jogar nas duas funções. Ele sempre me disse que me achava melhor como centroavante e que a qualquer momento do jogo poderia me usar. Nas vezes que ele me colocou como centroavante eu pude ajudar”, completou o jogador.