JOGO OUSADO

Atlético possui uma das melhores campanhas do futebol brasileiro

Futebol atleticano tem chamado a atenção em 2018. Foto: Felipe Rosa.

O assunto no futebol brasileiro nos últimos dias tem sido o Atlético. O time de Fernando Diniz tem chamado a atenção pela forma ousada de jogar. Não é somente o esquema tático – um 3-4-3 – que torna o time diferenciado. Seria, aliás, muito superficial definir o esquema tático como o fator unicamente determinante de como um time rende em campo.

No caso do Furacão, a forma como o treinador explora a combinação entre potencial dos atletas e a atitude em campo, garante que o time se destaque. O resultado dessa junção tem sido uma sequência invicta de nove jogos do elenco principal. Mesmo que não tenha sido exigido tanto quanto os adversários, já que entrou em campo somente pela Copa do Brasil, pela Sul-Americana e Campeonato Brasileiro, os números totais do Atlético chamam a atenção.

A equipe que disputou o Campeonato Paranaense sob a ‘batuta‘ de Tiago Nunes – importante ressaltar que Diniz é o coordenador de futebol do clube e acompanhou de perto o time de aspirantes – fez 16 jogos e perdeu somente uma vez. A única derrota em 2018 até o momento foi no dia 1º de abril, por 1×0 para o Coritiba, no primeiro jogo da decisão do Estadual. Somando o desempenho do Atlético como um todo, já são seis jogos sem perder. O número é expressivo e o Rubro-Negro só fica atrás do Grêmio, que está há oito jogos sem sair derrotado de campo.

Para conseguir isso, Diniz aposta em exigir de seus atletas uma troca intensa de passes, consequentemente, o domínio da posse da bola, a movimentação em bloco, e a versatilidade dos atletas em atuarem em outras funções se necessário. Tudo isso junto, poderia resultar em certa desordem, mas não é o que acontece na prática, como explicou o zagueiro Paulo André.

“Ele (Fernando Diniz) cria um caos, mas um caos que tem uma lógica. Todos os movimentos são combinados, todas as aparições e a quantidade de jogadores que se movimentam de um lado para o outro está tudo descrito, não é por acaso que as pessoas estão ali”, comentou o jogador no programa Bem, Amigos!, do canal Sportv, na última segunda-feira (23).

O zagueiro, de 34 anos, ressaltou que embora tenha uma expressiva carreira, teve que começar do zero para entender o que foi proposto por Diniz.

“Eu estou aprendendo também. Achei que já tivesse visto tudo depois desses quase 20 anos de carreira e joguei tudo no lixo. Esqueci tudo o que eu tinha aprendido e estou começando do zero com um cara que para mim tem sido um mentor”, comentou o camisa 13, que mesmo perto de ‘aposentar as chuteiras‘ aprende diariamente com o treinador.

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“Tem sido uma experiência incrível trabalhar com o Fernando Diniz. Não imaginava redescobrir o futebol no final da carreira, a alegria de jogar futebol. Sou um novo discípulo da maneira de enxergar e praticar o futebol. Infelizmente, com a idade já avançada, não consigo executar tão bem como gostaria, mas sem dúvida nenhuma é o futuro, é a forma como eu acho que os brasileiros querem jogar futebol daqui para frente. Temos responsabilidade de defender esse modelo para o futebol brasileiro crescer”, finalizou.